"Há uma probabilidade de 98% de pelo menos um dos próximos cinco anos, e o período de cinco anos como um todo, serem os mais quentes desde que há registos", avisa a Organização Meteorologia Mundial.
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É quase certo que o período entre 2023 e 2027 sejam os cinco anos mais quentes de sempre, alertam as Nações Unidas.
Um relatório divulgado esta quarta-feira pela Organização Meteorologia Mundial das Nações Unidas alerta para a grande probabilidade de a temperatura no planeta exceder as metas mais ambiciosas do acordo de Paris.
O objetivo era limitar o aumento das temperaturas globais neste século abaixo de 2 °C, na comparação com os níveis pré-industriais de 1850 a 1900, ou 1,5 °C na medida do possível.
Não é garantido que a barreira de 1,5 °C do Acordo de Paris seja ultrapassada de forma permanente, mas é certo que o será pelo menos de temporariamente ou com mais frequência.
O período entre 2015 e 2022 representou os oito anos mais quentes de sempre (com um recorde de temperaturas máximas em 2016), mas os investigadores acreditam que as temperaturas tenderão a subir ainda mais devido à combinação entre as emissões de gases com efeito de estufa e o fenómeno El Nino.
"Há uma probabilidade de 98% de pelo menos um dos próximos cinco anos, e o período de cinco anos como um todo, serem os mais quentes desde que há registos", avisa a Organização Meteorologia Mundial.
As repercussões serão dramáticas para a saúde, segurança alimentar, gestão da água e ambiente, aponta o relatório.
O Alasca, a África do Sul, o sul da Ásia e algumas partes da Austrália são as regiões que devem esperar já este ano temperaturas acima da média do período entre 1991-2020.