As Nações Unidas temem que o balanço do tufão que devastou as Filipinas seja muito elevado, tendo em conta que só a cidade de Tacloban pode ter mais de 10.000 mortos.
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«Estamos à espera do pior. À medida que vamos tendo mais acesso, deparamo-nos com a tragédia de mais e mais pessoas mortas», afirmou um dirigente da ação humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), John Ging.
Durante uma conferência de imprensa na sede da ONU, apesar de se considerar incapaz de dar, para já, uma balanço geral de vítimas, Ging adiantou que se «estima que tenham perecido mais de 10 mil pessoas».
A chefe da agência humanitária da ONU, Valerie Amos, afirmou, em comunicado, que «os responsáveis locais estimam que dez mil pessoas morreram só numa cidade», referindo-se a Tacloban, capital da província ocidental de Leyte.
A ONU já alertou inclusive que o número de vítimas está a subir rapidamente.
O Governo de Manila declarou o estado de emergência à escala nacional e o desespero cresce no centro do país, onde inúmeros cadáveres estão espalhados por entre os resíduos do desastre, quatro dias depois do designado super tufão Haiyan ter atingido o país.
Os EUA, o Reino Unido, a Austrália, o Vietname e a ONU já mobilizaram ajudas de emergência.
Os norte-americanos enviaram militares, equipamento logístico, que envolve 15 aviões, e de comunicações e ajuda humanitária no valor de 20 milhões de dólares (15 milhões de euros), enquanto os britânicos vão enviar um navio e um avião de transporte, além de 10 milhões de libras (12 milhões de euros) em ajuda.
Até o Vietname, apesar de se confrontar com uma evacuação massiva perante a aproximação do Haiyan ao seu território, disponibilizou uma ajuda no valor de cem mil dólares e disse «apoiar o povo filipino nesta difícil situação».
A operação de ajuda esteve focada na cidade de Tacloban, na ilha de Leyte, quatro dias depois de um dos maiores tufões na história, ter destruído comunidades inteiras no centro das Filipinas, com mortos e desespero.
A Austrália anunciou uma ajuda humanitária de 10 milhões de dólares australianos (7 milhões de euros) e o envio de médicos e a Itália, entre dinheiro e géneros, disponibiliza 1,3 milhões de euros.
O alto-comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, afirmou: «O nível de destruição que estamos a ver é absolutamente espantoso». Apesar de esta agência se focar em situações de conflito, a «natureza excecional» da tragédia requer «todos os esforços possíveis (...), vamos cumprir a nossa parte», acrescentou.
O papa Francisco, por sua vez, liderou 60 mil pessoas na oração de domingo pelas Filipinas, instando os crentes a forneceram «uma ajuda concreta» a este país, largamente católico.
Outras ajudas disponibilizadas incluem a da Comissão Europeia (3 milhões de euros), embaixada alemã em Manila (23 toneladas de géneros e equipas provenientes da Alemanha), Japão (médicos), Malásia (equipas de salvamento) e ainda ajuda financeira de Taiwan e Singapura.
A Noca Zelândia aumentou hoje a sua ajuda humanitária para 2,15 milhões de dólares australianos (1,3 milhões de euros) e o Canadá prometeu até cinco milhões de dólares.
Há ainda ajudas anunciadas de organizações não-governamentais, como os Médicos Sem Fronteiras.