A União Europeia aprovou a operação naval para combater o tráfico de migrantes no mediterrâneo. Rui Machete, ministro dos Negócio Estrangeiros pensa que é otimista a perspetiva de que a operação comece já em Junho.
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Foi a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, que apontou para o próximo mês o arranque das missões, mas a responsável afirmou também que é "necessária uma resolução no quadro das Nações Unidas para dar um "quadro jurídico" incontestável à missão.
A operação, explicou Mogherini em conferência de imprensa, tem como objetivo "acabar com o modelo de negócio" de que vivem as máfias, que se aproveitam das muitos milhares de pessoas que todos os anos procuram melhores condições de vida na Europa, arriscando mesmo atravessar o mar Mediterrâneo em barcos sem condições.
A UE, além do patrulhamento e monitorização dos canais que as máfias usam para traficar migrantes, quer também capturar os navios suspeitos de serem usados no tráfico e destruí-los, necessitando nesse caso de enquadramento legal inequívoco em termos de direito internacional.
A missão inédita vai implicar o destacamento de navios de guerra e aviões de vigilância dos exércitos europeus ao largo da Líbia, que se tornou a mais importante plataforma de tráfico. A cooperação com as autoridades líbias será fundamental, mas também difícil, uma vez que o país está imerso no caos com dois parlamentos e dois governos rivais.
Acusados de passividade e indiferença, os líderes europeus foram forçados a agir após um dramático naufrágio de uma embarcação com migrantes ao largo da líbia há cerca de um mês, que custou a vida a mais de 800 pessoas.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações, mais de 34.500 migrantes chegaram a Itália desde o início do ano e cerca de 1.770 morreram ou desapareceram no mar.