O Papa discursou, esta esta quinta-feira, no Parlamento alemão, mas desiludiu aqueles que esperavam uma palavra sobre a situação económica e social na Europa e também os mais próximos das vítimas de abusos sexuais por elementos do clero.
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O Papa foi muito aplaudido por todos os deputados no Parlamento de Berlim, mas o hemiciclo não estava superlotado. Havia muitos lugares vazios, sendo que cem deputados disseram antes que boicotariam o discurso.
O discurso decepcionou sobretudo as vítimas de abusos sexuais nas instituições ligadas à igreja em anos passados, que esperavam uma palavra de responsabilidade de Bento XVI.
Foi um discurso muito intelectual e filosófico, no qual o responsável máximo da Igreja Católica falou no Rei Salomão, do Velho Testamento, que pediu a Deus que lhe ensinasse a distinguir o bem do mal.
O Papa apelou ainda aos alemães para que não esqueçam as suas raízes cristãs.
Bento XVI não falou na crise na Europa, mas louvou um movimento ecológico dos anos 70, afirmando que os jovens de então chegaram à conclusão de que havia algo que estava mal com a natureza, um elogio que os verdes aceitaram de bom grado, apesar de o Papa ter dito em tom jocoso que não tencionava fazer propaganda a favor de nenhum partido.
Enquanto Bento XVI discursava, a cerca de 500 metros do Parlamento alemão, milhares de jovens manifestaram-se contra a igreja, empunhando cartazes com várias reivindicações.