O líder da Igreja Católica está em França para uma visita de um dia.
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O papa Francisco deixou claro: não se trata de uma visita de Estado. Não vai a França, mas a Marselha, onde chegou esta sexta-feira para uma visita de 24 horas. No centro da iniciativa vai estar a questão migratória, depois de o governo francês ter recusado acolher migrantes que chegaram a Lampedusa.
Na agenda, o pontífice tem uma oração na Basílica de Notre-Dame-de-la-Garde e um encontro com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
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Desde o início do seu pontificado, em 2013, o papa Francisco tem privilegiado, nas suas próprias palavras, as periferias do mundo. Na Europa, os pequenos países, em vez das grandes potências. É, portanto, uma cidade simbólica que o Papa escolheu visitar. Marselha, cidade multicultural e multirreligiosa. Cidade fronteiriça nas margens do Mediterrâneo.
O papa Francisco vai dedicar esta estadia ao destino dos migrantes, uma das suas maiores preocupações. Segundo o Cardeal Aveline, Arcebispo de Marselha, esta é, para o Papa, uma nova etapa numa longa peregrinação mediterrânica, iniciada há 10 anos na ilha italiana de Lampedusa.
"A questão de migrações faz parte história da família do papa Francisco, que migraram de Itália para a Argentina, o que revela a consciência da precariedade e a consciência do cuidado a ter perante as pessoas que deixam os seus países não porque querem, mas porque são obrigados a fazê-lo", defende o Arcebispo de Marselha.
Um dos pontos altos da visita do Papa vai ser a oração junto ao monumento pelos mortos no mar, dedicado aos marinheiros e exilados desaparecidos no mar.
As palavras do Papa a favor do acolhimento dos migrantes por parte dos países europeus contrastam com as de muitos políticos europeus e com o próprio governo francês que recusou acolher pessoas da mais recente vaga migratória a atingir Lampedusa.