Paris prepara-se para Jogos Olímpicos com segurança e transportes entre preocupações
Na contagem decrescente para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, o vereador português em Paris Hermano Sanches Ruivo diz que as autoridades estão "relativamente confiantes", mas admite preocupação com possíveis manifestações durante o evento.
Corpo do artigo
A um ano do início dos Jogos Olímpicos de Paris, Hermano Sanches Ruivo, vereador português na câmara de Paris, considera que a capital está preparada para o evento. "Tudo está a avançar bem", assinala à TSF.
Entre os desafios da organização estão a questão dos transportes e da segurança, embora reconheça que o país, e mesmo a região de Paris em particular, já estejam habituados a receber muitas pessoas: "É mais a segurança ligada a certos eventos e de uma forma geral, numa situação em que, infelizmente, por várias razões, os conflitos que se podem viver fora têm consequências também nos nossos países."
TSF\audio\2023\07\noticias\26\hermano_sanchez_ruivo_1_seguranca_e_transportes
Razão pela qual, adianta o vereador, há "um grande trabalho de movimentação sobre a questão, por exemplo, das câmaras que já foram autorizadas. Agora é uma questão de saber onde é que elas vão ser colocadas, e sobre os principais eventos, como cerimónias, como é que 30 a 35 mil polícias podem de facto ter um controlo da situação".
Quanto às obras para os Jogos Olímpicos, "os prazos estão a ser respeitados" com o vereador a lembrar que "90 a 95% do que vai ser utilizado já existia".
"Estamos relativamente confiantes", adianta. Segundo Hermano Sanches Ruivo, a concentração nas cerimónias de abertura dos Jogos "é o que pode trazer mais problemáticas", com situações que ninguém pode prever e que são "um bocado a importação de situações que estão a ser vividas fora".
TSF\audio\2023\07\noticias\26\hermano_sanchez_ruivo_2_factores_externos
"Qual o impacto de uma guerra que ainda está a decorrer - e todos esperamos que venha a acabar, mas acabar em condições - e quais serão as consequências para isso Acho que, nesta altura, por exemplo, o Comité Paralímpico ainda não decidiu se os atletas russos paralímpicos iriam ficar de fora das provas, os outros já foram notificados. É um bocado [por] essa situação mais fora do país do que forçosamente o que se pode viver aqui em França."
Questionado sobre se a contestação que se tem verificado em França pode também marcar os Jogos Olímpicos, o vereador reconhece que "há sempre preocupação" e "a França não é um país de consensos, contrariamente a outros".
"É também fazer compreender que não é porque os Jogos Olímpicos ficariam manchados por manifestações - e ainda pior, se houvesse distúrbios - que a situação e as reivindicações seriam forçosamente acatadas. Há uma grande preocupação sobre também qual é a imagem dos Jogos Olímpicos, qual a imagem da França mas também qual o respeito que se deve a todas essas nações que vem competir em Paris."
Hermano Sanches Ruivo afirma que "há claramente uma preocupação" porque se tem vindo a "assistir a um deslize na forma de manifestar, na utilização e no abuso, também, das reivindicações".
TSF\audio\2023\07\noticias\26\hermano_sanchez_ruivo_3_contestacao_jo
"Agora, passa e passará essencialmente por concertação no que diz respeito ao papel que podem ter os sindicatos e o trabalho de vigia de polícia, de segurança", aponta.
"Estamos a avançar para a festa, para algo que só acontece uma vez por século", nota o vereador, adiantando que a venda dos bilhetes mostra isso mesmo.
Uma herança destes Jogos Olímpicos para Paris será o regresso de banhistas ao Sena. No próximo ano, o rio vai acolher provas olímpicas e, no ano seguinte, três pontos no rio ficam acessíveis para banhos.
TSF\audio\2023\07\noticias\26\marta_melo_08h00
"Há mais de 50 anos que essa promessa foi feita, a de poder nadar no Sena. Finalmente, estamos a chegar a isso", afirma o vereador. O projeto de regeneração do rio custa 1,4 mil milhões de euros. Há cem anos que era desaconselhado nadar no Sena devido à contaminação e poluição.