O novo programa de política económica, acordado entre Atenas e a troika, prevê uma desregulamentação do mercado de trabalho para baixar os custos salariais, entre outros cortes de despesas.
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Com uma cómoda maioria de a favor, a Grécia deu esta madrugada, às 00h50 local (22h50 em Lisboa), luz verde ao pacote de resgate financeiro concedido pela troika.
Contra o acordo, votaram os partidos da esquerda, tal como tinham anunciado, mas também 11 deputados do socialista PASOK e nove da conservadora Nova Democracia (ND), que assim furaram a disciplina de voto das duas formações que compõem o Governo de coligação em exercício.
Também se abstiveram nove outros parlamentares do PASOK e um da ND, tal como o grupo parlamentar do LAOS, a formação de extrema-direita que esta semana abandonou o executivo por divergências.
As medidas de austeridade que o acordo com a troika pressupõe causaram um grande mal-estar social que desembocou em graves distúrbios, com mais de uma centena de feridos, cerca de 50 detidos e edifícios em chamas, de acordo com dados citados pela EFE.
O primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, fez um apelo à «calma» e disse que não permitirá o caos.
O documento, hoje aprovado, inclui um novo calendário de privatizações e planos de reformas estruturais ao nível fiscal e no sistema de justiça e define a meta de um défice orçamental primário inferior a 2,06 mil milhões de euros em 2012, para chegar ao final de 2013 com um excedente primário de, pelo menos, 3,6 mil milhões de euros, que deverá subir para 9,5 mil milhões de euros, em 2014.
O pacote de austeridade prevê, entre outras medidas, colocar 15 mil funcionários públicos numa reserva de trabalho, pagos a 60 por cento do salário-base, antes de serem demitidos depois de um ano ou dois.
Prevê ainda o corte de 22 por cento do salário mínimo e diminuir as pensões e pensões complementares de maior valor de forma a poupar 300 milhões de euros, para lém de outras medidas.