Alexis Tsipras quer um voto de confiança da maioria que suporta o Governo no parlamento de Atenas.
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Os dois partidos da aliança no poder estão divididos perante as propostas que estão a ser discutidas em Bruxelas. E, no interior do próprio Syriza, há mesmo quem admita que os deputados podem não aprovar as medidas.
Um dos mais críticos é o porta-voz do parlamento, que é também deputado do Syriza. Alexis Mitropoulos denuncia os "recuos do governo face aos credores e avisa que "o pacote não pode ser adoptado" pelos deputados.
É uma "carnificina social inaceitável", disse Mitropoulos numa entrevista à televisão grega Mega TV. "O primeiro-ministro tem que informar o povo sobre os motivos do falhanço nas negociações, porque é que o resultado é este e porque é que contraria os princípios da esquerda". Este parlamentar avisa, por isso, que o parlamento não pode aprovar as medidas que estão em cima da mesa.
Outro deputado, Yannis Micheloyannakis, fala em medidas "ainda piores do que a austeridade anterior" e apela a Alexis Tsipras para que não assine qualquer acordo nos termos propostos. Este parlamentar está convencido que "mesmo os mais próximos de Tsipras, vão recusar-se a aprovar um acordo como este".
Também o parceiro de coligação, os Gregos Independentes, da direita radical, já assumiu o desacordo. O líder, Panos Kammenos, exige a Alexis Tsipras que volte atrás nalgumas das propostas entregues em Bruxelas. Caso isso não aconteça, ameaça retirar o apoio ao governo.
A resposta do executivo de Atenas não demorou. O porta-voz, Gabriel Sakellaridis, diz "compreender as reacções dos deputados", mas avisa que, se a maioria não aprovar o acordo, "o governo não pode continuar em funções".