A cimeira extraordinária que reuniu chefes de Estado e de Governo da zona euro, em Bruxelas, terminou sem acordo, mas ficou marcada por algum otimismo quanto a um possível acordo até ao final da semana.
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No final do encontro, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, revelou que o Eurogrupo vai avaliar os progressos sobre o plano da Grécia numa reunião, na próxima quarta-feira.
Espera-se que seja alcançado um resultado que possa ser apresentado ao Conselho Europeu ainda esta semana, afirmou, por seu turno, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Já a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que a questão do alívio da dívida grega "não é a mais urgente" neste momento, uma vez que o país apenas tem de devolver os créditos à zona euro "dentro de muitos anos".
Por seu lado, o presidente francês, François Hollande, considerou que a Grécia e os credores estão no caminho certo para alcançarem um acordo.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, assegurou, no final do Conselho Europeu extraordinário, que não se conforma com uma solução parcial nas negociações que decorrem com os credores do país e que pretende "uma solução global".
Na tarde de segunda-feira, e já depois de uma reunião dos responsáveis europeus que terminou sem consenso, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, falou na possibilidade de se chegar a um acordo com a Grécia "no fim desta semana" depois de, na reunião desse dia, os ministros das Finanças terem feito uma primeira avaliação das novas propostas gregas.
Animada pela perspetiva de um acordo, a Bolsa de Atenas disparou e fechou com uma subida de 9% e com os juros da dívida a caírem.
Antes da cimeira de emergência, houve uma reunião extraordinária do Eurogrupo de cerca de uma hora, em que se discutiram vagamente as propostas gregas que chegaram na madrugada e na manhã de segunda-feira.
Da informação já conhecida, o Governo do partido de esquerda Syriza admite alterar o imposto sobre o consumo (IVA) sobre alguns alimentos ou hotéis para aumentar as receitas fiscais, mas recusa a subida em 10 pontos percentuais no IVA sobre a eletricidade.
Nas pensões, admite o fim das reformas antecipadas no próximo ano, mas os credores querem muito mais, caso de um corte das pensões que represente uma poupança de 1.800 milhões de euros em 2016 (ou 1% do PIB grego).
A questão chave para o executivo grego passa ainda pela aceitação por parte dos credores de uma solução para a dívida pública, que equivale a 180% da riqueza produzida por ano no país.
Nos próximos dias, a 'troika' - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) - vai avaliar de modo mais aprofundado as medidas apresentadas com vista a um entendimento.