O fim do regime de Muammar Kadhafi na Líbia foi «uma espécie de 25 de Abril», afirmou esta quinta-feira em Paris o primeiro-ministro português.
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Convicto de que o passo mais importante da comunidade internacional após a queda do regime é desbloquear os bens de Muammar Kadhafi, o primeiro-ministro destacou o papel de Portugal nas negociações para a transição democrática na Líbia.
«Portugal nesta altura desempenha um papel importante no processo que está a decorrer ao nível das Nações Unidas, na medida em que preside ao comité de sanções», começou por dizer Passos Coelho, no final da conferência de apoio à "Líbia Nova", que decorreu esta quinta-feira em Paris.
«Nesse aspecto temos estado bastante empenhados em produzir o descongelamento dos bens líbios que permitirão que o novo governo de transição possa reconstruir uma nova Líbia e que esses bens possam ser utilizados de forma transparente pelos novos dirigentes», assegurou.
O governante disse que «Portugal não tem grandes investimentos na Líbia, não tem essa tradição», mas garantiu que o Governo vai passar a olhar para essa oportunidade.
Contudo, frisou que isso não é o mais importante, falando antes no «tempo de poder atrair investimento do exterior para o nosso país para garantir uma recuperação da nossa economia».
No final da cimeira em Paris, Passos Coelho comparou a mudança de regime na Líbia à transição para a democracia em Portugal quando elogiava a intervenção da NATO em território líbio.
«Isso permitiu que houvesse da parte do povo líbio uma tomada de posição contra o próprio regime. Houve uma espécie de 25 de Abril, uma tomada de consciência dos líbios em relação ao seu regime», comparou.
O chefe do Governo advertiu que o caminho para a democracia não será fácil, mas prometeu dar todo o apoio de Portugal ao novo regime líbio.