Este eurodeputado entende que «não faz sentido» que Martin Schulz «venha falar sobre a política externa portuguesa» depois de ter criticado a aposta portuguesa no investimento angolano.
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O eurodeputado Paulo Rangel assegurou que vai pedir esclarecimentos ao presidente do Parlamento Europeu sobre as declarações em que Martin Schulz defendeu que a a posto no investimento angolano condena Portugal ao «declínio».
Em declarações à TSF, este eurodeputado do PSD disse ter ficado surpreendido com esta opinião e considerou que «não faz sentido nenhum que o presidente de uma instituição europeia venha de alguma maneira falar sobre a política externa portuguesa».
«Hoje mesmo vou fazer um pedido formal de esclarecimentos ao presidente Martin Schulz. Compreendo que disse isto num certo contexto, mas o presidente do Parlamento Europeu não pode usar o exemplo de um único país para ilustrar o seu pensamento e não usar o de outros», confirmou.
Paulo Rangel lembrou a este propósito a recente visita de Angela Merkel à China, onde a chanceler alemã «não foi de certeza representar a União Europeia, foi representar os interesses alemães sem que haja uma relação cultural como aquela que temos com Angola».
Este eurodeputado entende ainda que os países europeus mais frágeis acabam por ser vítimas de um «criticismo fácil» por parte de países do Centro e Norte da Europa, sintoma da crise de confiança que se vive na Europa.
O parlamentar europeu do PSD recordou o caso do pepino que envolveu Espanha e lembrou que aí as «autoridades sanitárias alemãs, que são extremamente prudentes, não hesitaram em lançar sem base a ideia de que era o pepino espanhol que estava a causar o problema».
«O que existe é uma certa falta de confiança e uma tensão que existe entre o Norte e o Sul a propósito das questões económicas que se reflecte num certo criticismo fácil que alguns países do Norte levam em relação aos países do Sul», concluiu.