Pelo menos 150 detidos em noite de protestos pela morte de Nael. Macron pede "calma"
Há registo de escolas, dezenas de veículos, carruagens de metro e até esquadras da polícia incendiadas. Em causa está a morte de um jovem pela polícia de 17 anos.
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Pelo menos 150 pessoas foram detidas na quarta-feira, em França, na sequência de protestos, iniciados na terça-feira, depois de a polícia ter morto a tiro um jovem de 17 anos em Nanterre, nos arredores de Paris. A maioria das detenções ocorreu na região de Ile-de-France e foi confirmada pelo ministro do Interior, que fala numa "noite de violência inaceitável".
O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou para esta quinta-feira de manhã o gabinete de crise face ao aumento da tensão, onde condenou a violência contra a polícia "injustificável" e apelou"à "calma". Também a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne cancelou a agenda para se concentrar na segurança.
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Há registo de escolas, dezenas de veículos, carruagens de metro e até esquadras da polícia incendiadas.
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O Le figaro referiu ainda uma tentativa de fuga de reclusos do estabelecimento prisional Fresnes, na mesma zona. Dezenas de homens encapuzados tentaram entrar na prisão, mas a tentativa foi repelida.
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Em Nanterre, onde os confrontos foram mais violentos, "vários edifícios públicos e privados, incluindo escolas, sofreram danos significativos e inaceitáveis, por vezes irreparáveis", afirmou a autarquia, apelando para o fim desta "espiral destrutiva".
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A mãe da vítima, Nael, um jovem de 17 anos, convocou através das redes sociais uma "marcha" em memória do filho.
Os confrontos, que se espalharam por vários municípios em redor de Paris, tinha já levado à detenção de 31 pessoas, ferimentos ligeiros em 24 elementos das forças de segurança e cerca de 40 carros queimados, indicou o Ministério do Interior francês.
Os manifestantes atacaram vários veículos da polícia, esquadras e câmaras municipais, incendiaram uma escola primária e uma loja. A situação em Nanterre está fora de controlo, de acordo com Le Figaro, indicando que a polícia abandonou o local dos confrontos.
Os protestos começaram depois de um jovem de 17 anos ter sido baleado no peito num posto de controlo da polícia, após a interceção do seu veículo. O agente responsável, que se encontra detido, alegou numa primeira audiência que agiu "em legítima defesa".
Depois da morte do adolescente, a polícia denunciou uma tentativa de atropelamento e fuga, embora um vídeo tenha desmentido esta versão. O Governo enviou, entretanto, cerca de dois mil polícias para os subúrbios de Paris.