Perdas nos glaciares dos Pirenéus chegam aos seis metros e podem desaparecer na próxima década

Foto: Photo by Fernando Puente on Unsplash
Este foi um dos piores anos de sempre para os glaciares em Espanha. As massas de gelo estão a desaparecer mais rápido do que os cientistas inicialmente previam. "Não há esperança" de que resistam ao passar do tempo
Os únicos glaciares da Península Ibérica estão a desaparecer a grande velocidade. De acordo com a Cryopyr, a entidade que monitoriza os glaciares nos Pirenéus, em declarações ao El País, este foi um dos piores de que há registo em termos de perdas.
O glaciar do Vale de Ossoue foi o mais afetado este ano, com perdas de três metros e meio, em média, mas algumas zonas recuaram seis metros. O glaciar Aneto, o maior de Espanha, está partido em três e regista perdas, em média, de um metro, apesar de existirem locais onde se perderam quatro metros de gelo.
Os cientistas estão surpreendidos com a velocidade a que desaparecem estas massas de gelo. O grupo de investigadores alerta que, nos últimos dez anos, "perdeu-se muito mais gelo do que o que resta agora nos glaciares e esse padrão, se se repetir, em uma década, vão desaparecer".
Ao El País, o líder do Cryopyr diz que já "não há esperança" na manutenção destes glaciares. Num século, os Pirenéus passaram de ter 52 glaciares, para ficarem reduzidos a apenas 14.
Espanha é um país especialmente ameaçado pelas alterações climáticas e pelo aumento das temperaturas e, por isso, um dos maiores exemplos de degelo no mundo.
Apesar de ser considerada uma perda de património, o desaparecimento dos glaciares não representa um problema ambiental para Espanha.