O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou hoje a atacar as redes sociais, comparando o Twitter a «um escalpe na mão de um cirurgião» e «uma faca na mão de um assassino».
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«Não falo através das redes sociais. Não gosto de 'twittar' porque sabemos o que isso provoca na sociedade», disse Erdogan a dirigentes regionais do seu partido, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) em Ancara. «Comparo-o a um escalpe na mão de um cirurgião e a uma faca na mão de um assassino», acrescentou, citado pela agência France Presse.
Erdogan, eleito presidente no domingo e que deverá tomar posse a 28 de agosto, já antes tinha qualificado o Twitter como um «causador de problemas» por ter sido usado para organizar os protestos do ano passado e por «fomentar» o tráfico de droga entre os jovens.
«No partido, que adota os ideais de uma sociedade conservadora e da família conservadora, somos muito mais sensíveis» aos efeitos das redes sociais, disse.
Vários ministros do governo turco, incluindo o das Finanças, Memet Simsek (@memetsimsek), e o dos Negócios Estrangeiros, Ahmet Davutoglu (@ahmet_davutoglu), têm contas oficiais no Twitter que usam regularmente para anunciar medidas. Há também uma conta no Twitter em nome de Erdogan (@RT_Erdogan), com 4,5 milhões de seguidores, cuja criação é contudo atribuída a terceiros.
As novas críticas às redes sociais surgem numa altura em que está em curso uma campanha para apoiar uma deputada da oposição, Aylin Nazliaka, que criticou os colegas do AKP por favorecerem a discriminação das mulheres e ameaçou atirar-lhes um sapato, um insulto grave no mundo muçulmano. Em seu apoio, muitas de mulheres turcas publicaram no Twitter fotografias de sapatos.