Polícia do Rio de Janeiro defende-se das acusações na mega operação contra Comando Vermelho
Apesar das críticas à violência da polícia, as autoridades dizem que até ouviram elogios dos moradores das favelas do Alemão e da Penha no norte do Rio de Janeiro
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro rebateu esta terça-feira as acusações de brutalidade durante a megaoperação contra o Comando Vermelho, afirmando que a ação foi legítima e recebeu até elogios de moradores das favelas do Alemão e da Penha.
O principal alvo da operação era Edgar Alves de Andrade, conhecido como "Doca", apontado pelas autoridades como líder do Comando Vermelho. Apesar do cerco policial, conseguiu escapar.
"Foi por um triz que não prendemos o Doca. A hora dele vai chegar, assim como chegou para vários outros", afirmou o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi.
Ao todo, 113 pessoas foram detidas, vindas de vários estados brasileiros e que, segundo a polícia, utilizavam o Rio de Janeiro como base operacional. Curi afirmou que o complexo da Penha servia como um centro de "treinamento do grupo de tiro, tática de guerrilha e manoseio de armamento" do grupo. O secretário classificou a estrutura criminosa como um "grupo terrorista".
A operação deixou um rastro de violência que provocou forte reação. Segundo a Polícia Civil, morreram 121 pessoas durante os confrontos, foram apreendidas 119 armas, 14 artefatos explosivos e grandes quantidades de drogas.
Enquanto a polícia afirma ter recebido um "feedback impressionante" de moradores da comunidade, dezenas de residentes das favelas atingidas pela operação manifestaram-se em frente à sede do Governo estadual em protesto contra a violência da polícia.
Organizações não-governamentais, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressaram preocupação com o elevado número de vítimas e pediram esclarecimentos.
