Polícia usa gás lacrimogéneo em manifestação de homenagem às vítimas do atentado na Turquia
A polícia turca dispersou hoje à bastonada e com gás lacrimogéneo uma multidão que se concentrou junto à praça de Ancara onde no sábado um duplo atentado suicida. O HPD faz novo balanço e aponta para 128 vítimas mortais.
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O Partido Democrático do Povo (HPD) fez um novo balanço este domingo e contabiliza 128 mortos. Os últimos números oficiais apontavam para pelo menos 95 mortos, de acordo com um balanço divulgado ao início da noite de sábado pelo gabinete do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu.
Também o número de feridos aumentou, passando de 186 para 246, dos quais 48 estão nos cuidados intensivos do hospital de Ancara, adiantou o Governo turco, acrescentando que este foi o atentado mais mortífero jamais registado em solo turco.
As forças de segurança turcas barricaram as ruas que conduzem à praça Sihhiye, no centro da capital turca, junta à estação de comboios onde se registaram as explosões que provocaram o atentado mais mortífero da história da Turquia, onde se estão a reunir milhares de pessoas.
Alguns dos manifestantes gritam palavras de ordem contra o governo, mas a polícia não permitiu a passagem das delegações de vários partidos políticos e organizações cívicas que pretendiam celebrar um ato de homenagem no local.
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Segundo um comunicado do partido de esquerda pró-curdo, a quarta força política do Parlamento turco, a carga policial fez alguns feridos entre a delegação política onde se encontravam igualmente altos dirigentes do social-democrata CHP, o principal partido da oposição.
Após dialogar com outros membros da delegação, a polícia acabou por permitir a passagem de alguns grupos para deixarem as flores.
O Governo turco condenou o atentado, mas o massacre reavivou as tensões entre os partidos de esquerda e o islamita AKP, no poder desde 2002, a três semanas das eleições legislativas antecipadas.