
AFP
As ruas de Cartum
Há dois cidadãos que continuam em território sudanês: um por opção própria, outro que espera uma deslocação das Nações Unidas.
Os 20 portugueses que mostraram vontade de sair do Sudão "já estão fora do país", anunciou esta quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
"Afastados das zonas de maior perigo" desde segunda-feira, os nacionais foram, entretanto, retirados de território sudanês e os que escolheram regressar a Portugal "têm assegurada ajuda do Estado" para o transporte.
Já os portugueses que escolheram seguir para outro destino estão em "contacto permanente com as entidades consulares" que têm vindo a acompanhar os desenvolvimentos do conflito.
Além destes 20, há dois portugueses que estão ainda no Sudão, um no sul "por opção própria" e outro que "optou por aguardar por uma deslocação no quadro das Nações Unidas, organização à qual pertence".
Perto de cem organizações não governamentais (ONG) apelaram hoje ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas por uma sessão de emergência sobre a situação no Sudão e a criação de um mecanismo de investigação da ONU no país africano.
O Sudão é palco desde 15 de abril de violentos combates entre o exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, governante de facto do país, e o seu antigo aliado que se tornou rival, o general Mohamed Hamdan Daglo, que comanda os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O conflito armado dura há 12 dias, com ataques principalmente em Cartum e Darfur (oeste), e já causou, segundo o Ministério da Saúde sudanês, mais de 512 mortos e 4193 feridos.