Treze portugueses e uma norte-americana com residência em Portugal estão retidos no Nepal desde que as autoridades encerraram os aeroportos. Sem maneira de sair do país, pedem ajuda ao Governo português para poderem regressar a casa.
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Luís Neves chegou ao Nepal sozinho no início de março. Ia fazer férias nas montanhas com amigos que nunca chegaram a sair de Portugal devido à pandemia da Covid-19.
O português ainda conseguiu fazer uns dias nas montanhas mas quando o país entrou em quarentena já não teve maneira de sair do Nepal.
"Tinha um voo marcado para 27 de março que foi adiado para dia 2 [de abril]. Esse voo teve de ser transferido para dia 18 [de abril] porque as expectativas são de que o lockdown continue até dia 15 [de abril]", explica à TSF.
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Luís Neves é um dos 13 portugueses retido no Nepal. Há também uma norte-americana com residência em Portugal, e todos pedem ajuda ao Governo para tentar regressar a casa.
O português pediu ajuda ao cônsul português, que foi "muito recetivo e prestável" mas ainda não conseguiu arranjar uma solução concreta.
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Sem restaurantes abertos, o português admite que não é fácil encontrar comida. "Essa está a ser a parte mais complicada de gerir."
Luís Neves não come uma refeição quente há semanas. Sobrevive à base de bolachas e arroz e já perdeu oito quilos. "Não estou a passar fome mas estamos a fazer alimentação alternativa."
O português explica que o pequeno-almoço "passa por pão ou bolachas, quando conseguimos arranjá-las. Depois, ao longo do almoço, eventualmente conseguimos algum sítio que esteja a servir arroz. Às vezes consegue-se arranjar uma peça de fruta num vendedor ambulante que anda a fugir à polícia."
Há mais de dois mil turistas retidos no Nepal sem maneira de regressarem a casa. Há outros países a fazer repatriamento de cidadãos retidos no Nepal.
A esperança para Luís Neves é tentar apanhar boleia num voo alemão esta quarta-feira em direção a Munique mas não há garantias. "O e-mail é muito explícito e diz que, apesar de eu estar colocado no voo, posso chegar ao aeroporto e não ter lugar."