O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schultz, disse hoje, em Estrasburgo, que a atribuição do Prémio Sakharov à jovem ativista paquistanesa pela educação das raparigas Malala Yousafzai é o reconhecimento da sua «força incrível».
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«Ao atribuir o Prémio Sakharov a Malala Yousafzai, o Parlamento Europeu reconhece a força incrível desta jovem. Malala bate-se com coragem pelo direito de todas as crianças à educação, um direito que é frequentemente negligenciado em relação às raparigas», disse Schulz, ao anunciar aos eurodeputados a vencedora do prémio.
A decisão de atribuir o Prémio Sakharov à jovem paquistanesa - que sobreviveu a um atentado por defender a educação das raparigas no vale de Swat, onde o regime talibã as proibiu de frequentar a escola - foi hoje tomada por unanimidade, pelos líderes dos grupos políticos do PE.
O presidente do PE recordou ainda «que cerca de 250 milhões de raparigas no mundo não podem ir livremente à escola», acrescentando que «o exemplo de Malala relembra-nos do dever e da responsabilidade de garantir o direito à educação das crianças. Este é o melhor investimento no futuro».
A cerimónia de entrega do galardão -- no valor de 50 mil euros - realiza-se no dia 20 de novembro, em Estrasburgo.
O Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento foi atribuído em 2012 ao cineasta Jafar Panahi e à advogada e ativista Nasrin Sotoudeh, ambos iranianos, tendo esta última sido entretanto libertada da prisão.
Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.
Em 1999, o prémio Sakharov foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, a Zacarias Kamwenho (Angola).