O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, apelou hoje ao parlamento para prolongar por mais seis meses o estado de emergência em três estados do norte, confrontados com a violência de grupos militantes islamitas.
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«Solicito aos distintos legisladores que considerem e aprovem numa resolução o prolongamento do estado de emergência nos estados de Adamawa, Borno e Yobe durante mais seis meses e a partir da data de expiração do atual período», refere Jonathan, numa carta divulgada pela agência noticiosa AFP.
O pedido de Jonathan, que era aguardado, surge na véspera do primeiro aniversário da declaração de um estado de emergência por seis meses, destinado a controlar a ameaça colocada pelo grupo radical Boko Haram.
As medidas especiais aprovadas em 14 de maio de 2013 implicaram um reforço da presença militar nas regiões afetadas e novas medidas para evitar o planeamento de ataques, incluindo o corte nas redes de telemóveis.
Inicialmente, as iniciativas pareceram registar algum sucesso, com os militantes a serem expulsos dos centros urbanos. No entanto, os ataques prosseguiram e a escalada alastrou às zonas rurais, com o Boko Haram a demonstrar aparente capacidade para atacar de forma indiscriminada.
A 7 de novembro, os deputados aprovaram um pedido para o prolongamento do cessar-fogo por mais seis meses, e após o chefe de Estado reconhecer que a ameaça não estava contida.
Desde então, aumentaram os ataques do Boko Haram, agora mais concentrados em civis e em detrimento dos antigos alvos como o Governo, a polícia ou instalações militares.
Há um mês, 276 raparigas foram raptadas de uma escola secundária na cidade de Chibok, estado de Borno, situação que está a implicar um esforço internacional para detetar as 233 jovens que permanecem em poder do grupo armado.