Os rebeldes Huthis do Iémen anunciaram hoje a morte do antigo aliado, Ali Abdallah Saleh. A Cruz Vermelha indicou que morreram pelo menos 125 pessoas nos últimos dias. Há ainda 238 feridos.
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Ao sexto dia de ataques aéreos e terrestres, a casa do antigo presidente Ali Abdullah Saleh foi esta segunda-feira alvo de um ataque dos rebeldes Huthis.
Depois de algum tempo em que o paradeiro do antigo governante foi desconhecido, a emissora de rádio Huthi anunciou que Saleh morreu vítima de disparos de combatentes Huthis.
"O Ministério do Interior [controlado pelos rebeldes] anuncia o fim da milícia da traição e a morte do seu líder [Ali Abdallah Saleh] e de alguns dos seus elementos criminosos", anunciou a televisão dos Huthis, Al-Massirah, citando um comunicado.
Depois a Arabya TV citou fontes do partido que garantiam que Ali Abdullah Saleh não tinha resistido ao ataque.
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Depois de três anos de colaboração direta, os Huthis e os partidários do antigo presidente envolveram-se em confrontos. A aliança chegou ao fim e agora Ali Abdullah Saleh diz que está disposto a abrir uma "nova página" com a Arábia Saudita que dirige a coligação anti-rebelde no Iémen desde 2015.
Entretanto, o primeiro-ministro Ahmed ben Dagher anunciou que o atual presidente vai oferecer amnistia a todos os que deixem de colaborar com os Huthis. O objetivo deste anúncio é enfraquecer ainda mais os rebeldes apoiados pelo Irão.
"O presidente vai propor em breve uma amnistia geral a todos que colaboraram com os Huthis e decidiram retractar-se", declarou ben Dagher num discurso em Aden, a grande cidade do sul sob controlo do governo reconhecido pela comunidade internacional.
O presidente Abd Rabbo Mansur Hadi ordenou ainda às tropas que reconquistem a capital do país com o apoio da coligação árabe.
A intensidade dos confrontos e dos ataques aéreos em Sanaa e noutras regiões do Iémen, nos últimos dias, têm feitos centenas de mortos e feridos. A Cruz Vermelha indica que o último balanço aponta para pelo menos 125 mortos e 238 feridos. A Reuters descreve o relato de moradores que falam em intensos combates e explosões durante esta noite e madrugada.
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A Cruz Vermelha está a pedir material médico e combustível para os hospitais, que dependem de geradores para funcionar.
Ontem, o secretário geral da ONU alertou que os combates estão a impedir a retirada dos feridos pelos serviços de socorro. António Guterres disse estar "profundamente preocupado" também com os civis, impedidos de sair de casa para comprar alimentos e outros produtos de primeira necessidade.
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De acordo com as Nações Unidas, a guerra do Iémen já causou mais de 8650 mortos e cerca de 58.600 feridos desde 2015.