O presidente georgiano decretou, esta sexta-feira, a lei marcial no país e vai declarar nas próximas horas o estado de emergência. Entretanto, a Rússia recusou abandonar o teatro de guerra na Ossétia do Sul, apesar do pedido dos Estados Unidos. Já em Tbilissi, várias pessoas manifestaram-se contra a Rússia.
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O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, decretou, esta sexta-feira, a lei marcial no país, que deverá entrar em vigor dentro de poucas horas, depois do intensificar dos confrontos na Ossétia do Sul.
O secretário do conselho nacional de segurança georgiano, Alexandre Lomaia, disse que o chefe de Estado vai declarar o estado de emergência «nas próximas horas».
Alexandre Lomaia acrescentou que os russos estão a bombardear infra-estruturas estratégias da Gérgia, como uma base militar e uma estrutura portuária.
Entretanto, o chefe militar russo na região independentista, Marat Koulakhmetov, garantiu, em declarações à agência Interfax, que as forças russas não vão abandonar o teatro de guerra na Ossétia do Sul, região que integra o território da Geórgia, mas que há 17 anos não reconhece o domínio de Tbilissi.
A garantia russa foi dada depois da secretária de Estado norte-americana ter instado a Rússia a «respeitar a integridade territorial da Geórgia», retirando as suas tropas da Ossétia do Sul.
Numa nota divulgada pelo Departamento de Estado, Condoleezza Rice anunciou ainda que os Estados Unidos «estão a cooperar activamente com os seus parceiros europeus para lançar uma mediação internacional» do conflito na Ossétia do Sul.
No terreno, os combates estão a ficar cada vez mais sangrentos, com informações que dão conta de centenas de mortes na capital da região intependentista.
Entretanto, várias pessoas manifestaram-se em frente à embaixada russa na capital da Geórgia contra o apoio russo dado ao governo de Tskhinvali.
Em declarações à TSF, o jornalista Luís Rego, do Diário Económico, que se encontra em Tiblissi de férias, disse que a manifestação foi «bastante pacífica», com muitas pessoas a segurarem «velas, bandeiras» e cartazes «bastante ofensivos» contra a Rússia.
«Todas as pessoas manifestavam um «grande apoio» à frente militar da Geórgia que está em combate na Ossetia do Sul» e comparavam a participação russa com a «intervenção da União Soviética em 1956 em Budaposte e em 1969 em Praga».
Luís Rego adiantou que a situação na capital da Geórgia aparenta uma calma, que esconde «sinais de nervosismo».