Em Itália, depois de ontem ter ouvido os partidos durante todo o dia, Giorgio Napolitano deve anunciar hoje a decisão que tomou. A imprensa avança que o presidente deve apresentar a demissão.
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A crise politica que o país atravessa está a centrar a atenção de todos os orgãos de informação. São muitos os jornais que esta manhã analisam a situação e apontam os possíveis caminhos que Giorgio Napolitano pode seguir.
O Presidente italiano tem tentado conciliar as exigências dos três homens que saíram vencedores das eleições de fevereiro, mas eles parecem dispostos a partir a corda: a esquerda de Pier Luigi Bersani, a direita de Silvio Berlusconi e os descontentes que apoiaram Beppe Grillo não arranjam forma de se unir num Governo.
Terminada mais uma maratona negocial sem sucesso, a imprensa italiana avança que Giorgio Napolitano está a horas de apresentar a demissão.
Pode ser uma jogada, para obrigar os partidos a um acordo. Se Napolitano bater com a porta, então, e de acordo com a lei italiana, será o sucessor a dissolver o parlamento e a convocar novas eleições.
Será a última cartada do Presidente (que tem 87 anos e termina o mandato a 15 de maio) e não há título que não dramatize a questão: fala-se em "Via Sacra", ou em "Missão Impossível".
Num editorial do Corriere della Sera, a questão é posta nestes termos: Grillo não quer fazer nada, Berlusconi só quer um governo de grande coligação, algo que o eleitorado de Bersani recusa porque odeia Berlusconi.
No La Repubblica, explora-se a possibilidade de ser criado um "governo do Presidente", liderando por uma figura considerada neutra, escolhida por Napolitano. A hipótese terá estado ontem em cima da mesa e até foram lançados alguns nomes (como o da ministra do interior de Mario Monti), mas a ideia do chefe de Estado não vingou.
Certo é que a noite de reflexão pedida por Giorgio Napolitano chegou ao fim, estará para breve uma tomada de posição. Em Itália pede-se confiança no Presidente.