O presidente sírio, Bashar al-Assad, avisou para o risco do país se transformar em «dez Afeganistões» caso o Ocidente interfira nos seus assuntos internos.
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Numa entrevista ao jornal Sunday Telegraph, o líder sírio minimizou as contestações internas e rejeitou qualquer intervenção externa.
«A Síria é o centro de cruzamento de interesses na região. É um local onde se chocam placas tectónicas. E se se brincar com isso, pode-se provocar um terramoto na região», advertiu.
«Querem ver mais um Afeganistão? Dez Afeganistões? Qualquer problema na Síria pode incendiar toda a região. Se planeiam dividir a Síria, isso dividirá toda a região», avisou.
No entanto, Bashar al-Assad reconheceu que as autoridades sírias cometeram «numerosos erros» depois do início das manifestações da oposição na Síria.
Numa outra entrevista ao primeiro canal de televisão russa, o líder sírio disse esperar o apoio da Rússia durante esta crise: «Nós, antes de tudo, depositamos esperanças na Rússia enquanto país a quem estamos ligados por firmes relações no plano histórico».
Desde «os primeiros dias da crise que nos encontramos em contacto com o governo russo. Nós informámos pormenorizadamente os nossos amigos russos sobre o desenvolvimento dos acontecimentos», acrescentou.
Segundo o dirigente, «a Rússia estava ao corrente do perigo de ingerência militar ou político nos assuntos internos da Síria. Por isso, desempenhou um importante papel na arena internacional, o que se manifestou, nomeadamente, no veto da Rússia quando da votação no Conselho de Segurança da ONU».