Viktor Ianoukovitch aceitou a reforma constitucional e a formação de um governo de unidade nacional. O presidente ucraniano anunciou ainda a realização de eleições presidenciais antecipadas, mas não foi indicado qualquer prazo.
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A BBC publica o comunicado na íntegra, em que Viktor Ianoukovitch começa por escrever: «nestes dias trágicos, em que a Ucrânia sofreu perdas pesadas, em que pessoas morreram dos dois lados das barricadas, considero que é minha responsabilidade, em gloriosa memória dos que morreram, declarar que nada é mais importante do que as vidas humanas. E não há passos que não possamos dar juntos para restaurar a paz na Ucrânia».
De seguida, o presidente anunciou a antecipação das eleições, o regresso à Constituição de 2004 e a formação de um governo de unidade nacional.
«Anuncio o lançamento de um processo com vista a uma eleição presidencial antecipada», disse o presidente em comunicado. «Vou iniciar ainda o processo de regresso à Constituição de 2004», que reduz o poder presidencial em relação ao Governo e ao Parlamento, bem como a formação de um «governo de unidade nacional».
«Como presidente da Ucrânia e garante da Constituição, estou a cumprir o meu dever em relação à população, à Ucrânia e a Deus poderoso em nome da preservação do Estado, em nome da defesa das vidas humanas e em nome da paz e calma na nossa terra», conclui.
Após várias semanas de calma, Kiev voltou, desde terça-feira, a ser palco de violentos confrontos entre ativistas antigovernamentais e forças de segurança, que já provocaram uma centena de mortos.
A crise política na Ucrânia começou em finais de novembro quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra a decisão do Presidente, Viktor Ianukovich, de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e de reforçar as relações com a Rússia.