Mykola Azarov anunciou a sua saída esta terça-feira na abertura de uma sessão extraordinária do parlamento ucraniano e justificou a decisão, através de um comunicado.
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O primeiro-ministro ucraniano justificou a decisão dizendo que sai para que sejam criadas todas as condições que permitam um compromisso político e uma solução pacífica para os conflitos internos do país.
«Tomei a decisão pessoal de solicitar ao presidente da Ucrânia que aceite a minha demissão do cargo de primeiro-ministro, com o objectivo de criar condições para um compromisso político para resolver o conflito pacificamente», afirmou Azarov, chefe do Governo desde 2010, num comunicado.
A renúncia do chefe do governo surge horas depois do anúncio do presidente Viktor Ianukovich de que tinha chegado a um acordo com os movimentos contestatários para a revogação das polémicas leis anti-protesto que entraram em vigor há dez dias.
«Foi tomada a decisão política de revogar as leis adoptadas a 16 de janeiro que geraram numerosas discussões. Mas as leis que não suscitaram críticas serão adoptadas amanhã de novo pelo Parlamento», disse a ministra da Justiça, Olena Lukash.
Na sessão especial do parlamento, hoje em Kiev, é esperado que se debatam formas de acabar com a crise, incluindo a abolição das leis severas contra as manifestações e que inflamaram a oposição.
As manifestações iniciadas há mais de dois meses pela recusa do Governo em assinar um acordo de parceria com a União Europeia resultaram há dez dias em violentos confrontos que causaram três mortos, segundo as autoridades, e seis segundo a oposição, além de centenas de feridos.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, deverá chegar esta terça-feira à noite a Kiev, 48 horas antes do previsto, para encontros com Ianukovich e com os principais líderes da oposição.