Milhares de turcos estão a caminho da Praça Taksim, preparando-se para mais um fim de semana de manifestações, mas já sem a violência que marcou os últimos dias.
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Desde manhã cedo que os protestantes estão a chegar à Praça Taksim, com comida e cobertores.
Para além de Istambul, estão também marcados protestos para a capital, Ancara, que devem marcar o nono dia de protestos contra o Governo turco, embora com menos violência do que nos últimos dias.
A noite de sexta-feira para sábado, aliás, já foi marcada por um ambiente mais distendido, quase de festa, e sem quaisquer incidentes, segundo reportam as agências internacionais com jornalistas no local.
Na noite anterior, de quinta para sexta-feira, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan tinha sido ovacionado por milhares de apoiantes, no regresso de uma viagem oficial a três países do Magreb, e discursou para exigir, em tom firme, o fim imediato da contestação que agita a Turquia.
«Não podemos ficar mudos face aos que perturbam a tranquilidade deste país e tentam adulterar a democracia», disse o governante aos milhares de apoiantes que o conseguiram escutar porque o metro permaneceu aberto mais quatro horas que o normal, tendo a televisão turca transmitido o discurso em direto.
No entanto, o primeiro-ministro suavizou, na manhã de sexta-feira, o discurso, garantindo estar recetivo às «exigências democráticas» e rejeitando as ações violentas.
«Somos contra a violência, o vandalismo e as ações que ameacem os outros em nome das liberdades (...) Acolhemos com o coração todos os que vierem com exigências democráticas», disse Erdogan durante uma conferência sobre as relações entre a Turquia e a União Europeia (UE), durante a qual foi questionado sobre o grau de violência policial, tendo prometido uma investigação ao comportamento da polícia, embora defendendo o comportamento dos agentes da autoridade.
Desde o fim de semana passado, os distúrbios na Turquia já resultaram em três mortos (dois manifestantes e um polícia). Os protestos começaram como uma resposta à demolição de um parque e acabaram a mobilizar milhares e milhares de pessoas contra o Executivo.