Os eurodeputados do PSD entregaram uma carta aos líderes institucionais de Bruxelas, e ao primeiro-ministro português na qual defendem um plano de resposta à crise.
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O documento, que foi ao mesmo tempo dado a conhecer ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, assenta em 17 medidas, que deverão contribuir para uma "solução comum de caráter urgente, capaz de produzir efeitos imediatos e sempre assente no valor da solidariedade".
Entre as medidas destaca-se por exemplo "a defesa inequívoca dos "Coronabonds" ou outro instrumento de mutualização de dívida". No texto que chegou ontem às instituições europeias, os social-democratas defendem ainda "a criação do resseguro de desemprego, o reforço dos fundos europeus sem taxa de cofinanciamento, da adoção de um plano global de recuperação económica".
Ainda no plano económico, propõem "a adoção de um plano de resgate" que será dirigido ao "setor do turismo", que terá também como finalidade e "proteger a agricultura e pescas", salientando que, neste último caso, se trata do "abastecimento de bens essenciais".
No âmbito da prevenção e do combate à Covid-19, o PSD defende que sejam "criadas reservas estratégicas de bens essenciais, geridas pela Proteção Civil". Por outro, lado, Bruxelas deve também dirigir verbas "imediatas" para investigação.
Defende o "investimento imediato de 2 mil milhões de euros no desenvolvimento da vacina e de tratamentos para a Covid-19", na carta em que apontam ainda para um outro assunto urgente, relacionado com a saída do Reino Unido da União Europeia. Neste sentido, defende que seja "proposta de extensão do período transitório do Brexit".
Na carta, os eurodeputados do PSD descartam as responsabilidades da União Europeia e das instituições de Bruxelas, considerando que "as enormes falhas e deficiências na nossa resposta a esta crise humana, sanitária, social e económica sem paralelo", se devem essencialmente à "falta de ambição e de vontade política dos líderes nacionais, dos chefes de Governo, que têm de actuar a nível europeu".
"A pandemia já gera uma vaga gigante de desemprego, mas o emprego continua a ser uma pura competência nacional", salientam. "A pandemia evidenciou que muitos dos instrumentos económicos, financeiros e monetários de que não dispomos (e que são próprios e típicos de uma verdadeira União Económica e Monetária) teriam sido (e ainda podem ser afinal) a única via de solução e de reinvenção da economia europeia, da economia social de mercado, do nosso tão amado modo de vida europeu."
A carta assinada Paulo Rangel, Lídia Pereira, José Manuel Fernandes, Maria da Graça Carvalho, Álvaro Amaro e Cláudia Monteiro de Aguiar, aponta um conjunto de medidas que consideram "essenciais para valer às aflições do curto prazo, para garantir a sobrevivência do tecido social e económico no médio-prazo e para relançar económica, social e culturalmente a Europa no médio e no longo prazo."
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