A decisão foi tomada após uma reunião que durou cerca de 16 horas. O partido socialista espanhol aguarda, agora, um congresso extraordinário.
Corpo do artigo
O comité federal do PSOE aprovou na última noite que uma comissão gestora dirija o partido após a demissão do secretário-geral Pedro Sánchez e até à realização de um congresso extraordinário, segundo fontes socialistas citadas pela EFE.
A comissão gestora do PSOE espanhol vai ser liderada pelo presidente das Astúrias, Javier Fernández.
A decisão de nomear uma comissão gestora foi adotada após 16 horas de reunião do comité federal, com um apenas voto contra e uma abstenção.
Entre os nove vogais, a figura mais destacada do órgão executivo é o porta-voz do PSOE no Parlamento andaluz, Mario Jiménez, homem de confiança da presidente da Junta da Andaluzia, Susana Díaz.
Os socialistas andaluzes têm um segundo elemento na comissão gestora: a deputada por Córdoba e ex-conselheira da Junta María Jesús Serrano.
A Extremadura também conta com dois representantes: Ascensión Godoy e Soraya Vega.
Os restantes vogais são José Enrique Muñoz Lladró (Valência); Dolores Padrón (Canárias); Francesc Antich (Baleares); Francisco Ocón (La Rioja) e Ricardo Cortés (Cantábria), sendo estas três últimas federações mais próximas ao sector que apoiou Pedro Sánchez.
A comissão gestora vai desempenhar as funções executivas após a demissão do secretário-geral e dos membros da direção.
O novo órgão tomará as rédeas do partido até à realização do congresso federal extraordinário, no qual será eleita a nova Comissão Executiva Federal.
Após a sua nomeação como presidente da comissão gestora, Javier Fernández não prestou declarações à imprensa.
O processo foi desencadeado pela demissão de Pedro Sánchez, após o comité federal socialista ter rejeitado a sua proposta para a realização de eleições primárias e de um congresso extraordinário.
Reações à demissão de Sánchez
O líder do Podemos foi um dos mais rápidos a lamentar a demissão de Pedro Sánchez. Pablo Iglesias escreveu na sua conta no Twitter que se impuseram aqueles que querem dar o governo ao PP, acrescentando que face ao executivo de corrupção, o Podemos continuará com as pessoas e pelas pessoas.
Também a número dois de Iglesias, Irene Montero, atirou directamente para o campo do adversário, dizendo que "venceu a velha guarda e os barões socialistas, venceu o PP. Vencem aqueles que querem mandar sem ir a eleições. É uma má notícia para Espanha".
No mesmo sentido vão as palavras do líder da Esquerda Unida, Alberto Garzón, que classificou a demissão de Sánchez como uma vitória para o PP de Mariano Rajoy.
Pelo Ciudadanos, Albert Rivera foi mais vago nas considerações e formulou duas frases no plural,
sem nomear Pedro Sanchez ou o PSOE. Rivera escreveu no Twitter que "os espanhóis não têm mais tempo, nem merecem mais bloqueios. Ninguém está à frente de Espanha. Só será possível seguir em frente com mudanças e com diálogo".
Atento ao que se passa em Espanha, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, usou também as redes sociais para defender que a Espanha e a União Europeia precisam de um PSOE forte e unido.