O secretário-geral do maior partido da oposição de Espanha, Alfredo Pérez Rubalcaba, exigiu a demissão imediata do primeiro-ministro na sequência do caso Bárcenas.
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De acordo com a agência EFE, Rubacalba acusou o governante de «mentiras», «ausência total de explicações» e de «conivência com um delinquente», numa conferência de imprensa após uma reunião de emergência da direção do partido, depois do jornal El Mundo ter divulgado uma troca de SMS entre Rajoy e o ex-tesoureiro do Partido Popular.
O secretário-geral do PSOE anunciou que o seu partido rompeu «todas as relações com o PP», justificando que não pode negociar com alguém que «está incapacitado para governar Espanha».
Rubalcaba anunciou também que irá ainda hoje contactar os porta-vozes dos restantes partidos com assento parlamentar de forma a encontrar uma «frente comum» e estudar em conjunto que medidas podem adotar, não adiantando se vão ou não avançar com uma moção de censura contra Rajoy.
As mensagens publicadas indiciam que o primeiro-ministro manteve um contacto direto de pelo menos dois anos com Luis Bárcenas, pedindo-lhe silêncio relativamente à contabilidade paralela no partido.
De acordo com o jornal, os SMS foram divulgados pelo próprio antigo tesoureiro, Luís Bárcenas - preso na cadeia madrilena de Soto do Real desde 27 de junho no âmbito do mega processo de corrupção - depois do seu partido se ter referido a ele na quinta-feira como um «delinquente que fez da mentira um estilo de vida».
Entre as mensagens publicadas pelo jornal estão também algumas trocadas com Rosária Iglesias, mulher do ex-tesoureiro.
Em 2013, por exemplo, no dia em que o El Mundo publicou o esquema de pagamentos ilegais e depois de serem conhecidas as contas suíças, o primeiro-ministro terá escrito a Bárcenas incentivando-o a «ser forte» , expressando-lhe a sua compreensão.
Fontes do Executivo, contactadas pela agência EFE consideram, no entanto, que a divulgação das mensagens de SMS entre Rajoy e Bárcenas fazem parte de uma estratégia do ex-tesoureiro do PP para desviar a atenção dos seus problemas com a Justiça e demonstram que não conseguiu nada do que pedia ao presidente do Executivo.