A presidente do partido denunciou que Israel "não deu nenhuma explicação para esta atitude".
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O Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil, no poder, denunciou que as autoridades israelitas impediram a saída de cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza em três ocasiões.
"O Governo israelita negou pela terceira vez a saída de cidadãos brasileiros ameaçados pelo massacre contra a população civil da Faixa de Gaza", afirmou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, num comunicado divulgado nas redes sociais.
Hoffmann denunciou que Israel "não deu nenhuma explicação para esta atitude", que, considerou, "discrimina um país, o Brasil, que tem relações históricas com o Estado de Israel" e que defende "uma solução negociada para o conflito".
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"Infelizmente, o Governo israelita estabelece uma hierarquia política para a libertação de civis e privilegia alguns países em detrimento de outros", criticou a líder do partido do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não podemos permitir que civis brasileiros continuem ameaçados numa região submetida a massacres militares", ressaltou.
Hoffmann também denunciou que Israel está a enviar trabalhadores palestinianos de volta para a Faixa de Gaza, sob bombardeamentos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, "não quer palestinianos no país", disse.
"Atitudes como esta dizem muito sobre essa guerra. Está a tornar-se uma limpeza étnica", sublinhou.
O conflito entre Israel e o Hamas já matou 230 cidadãos estrangeiros, mortes confirmadas pelos países de origem, sendo a maioria das vítimas francesas, tailandesas e norte-americanas, adianta este sábado a agência de notícias AFP.
O Brasil confirmou a morte de dois brasileiros-israelitas e de uma mulher brasileira, reconhecendo ainda o desaparecimento de um cidadão com dupla nacionalidade brasileira e israelita.
Em 07 de outubro, o Hamas - classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - efetuou um ataque de dimensões sem precedentes a território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
Este conflito provocou, pelo menos, 9.250 mortos na Faixa de Gaza e 1.400 em Israel.