O porta-voz do Kremlin afirmou que o presidente sírio reconheceu que sem o apoio russo teria sido impossível reconquistar a cidade.
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Vladimir Putin, presidente da Rússia, deu os parabéns a Bashar al-Assad pela reconquista da cidade de Palmira. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Assad reconheceu que sem o apoio da força aérea russa teria sido impossível reconquistar Palmira.
O investigador Felipe Pathé Duarte destaca a importância cultural e estratégica da cidade. "Palmira representa património histórico, secular de rotas de interceção de várias religiões e civilizações. Simbolicamente, Palmira representa culturalmente tudo aquilo que o Estado Islâmico não é. A nível estratégico, Palmira é também de crucial importância, porque quem a controla, controlará uma parte significativa da Síria, controlará o espaço geoestratégico central do país, que dava uma mobilidade estratégica extraordinária ao Estado Islâmico no acesso à fronteira com o Iraque".
O professor do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna vê nesta reconquista "a capacidade do Estado Sírio, juntamente com a Rússia, em poder controlar e retomar um conjunto de cidades e pontos estratégicos e daí a declaração de Bashar al-Assad [conquista importante]. Tenho as minhas dúvidas que seja o início da debacle do Estado Islâmico porque é possível que sejam reforçados outros pontos na Síria, nomeadamente Homs".
Este apoio russo bem-sucedido ao regime sírio, para Felipe Pathé Duarte, também joga a favor dos russos. "É um ponto a favor da Rússia que está a aproveitar a situação para que Putin se reforce internamente e para que pareça que a Rússia é o único e o legítimo Estado capaz de derrotar o Daesh. Não se esqueça que há dois meses o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, comparou os americanos no Médio Oriente a um gato que queria apanhar um peixe na água mas não queria molhar as patas. Os russos vão surgir a nível internacional como aqueles que vão molhar as patas e, com isto, recuperar credibilidade internacional como uma força com uma estratégia e capacidade militar para intervir internacionalmente".