O Presidente russo, Vladimir Putin, descreveu hoje o assassinato do opositor político Boris Nemtsov como uma tragédia que trouxe a desgraça para a Rússia, alertando ainda contra o aumento do «crime extremista».
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«Devemos prestar uma maior atenção a crimes que incitam uma grande reação, incluindo aqueles com carga política», afirmou Putin, durante um encontro com responsáveis do Ministério do Interior russo, transmitido na televisão.
O chefe de Estado russo defendeu que se deve «livrar a Rússia de desgraças e de tragédias» como «o audacioso assassinato de Boris Nemtsov em pleno centro da capital [Moscovo]».
Boris Nemtsov, de 55 anos, um reconhecido crítico de Putin e um defensor da luta anticorrupção, foi morto a tiro em Moscovo na passada sexta-feira, depois de ter dado uma entrevista a uma rádio sobre o protesto da oposição que estava a organizar.
Numa primeira reação, Putin qualificou o assassinato de Nemtsov como uma «provocação» e prometeu, na mesma altura, fazer de tudo para levar à Justiça os responsáveis pela morte do opositor.
«Tudo será feito para que organizadores e autores de um assassinato vil e cínico recebam o castigo que merecem», afirmou então Putin num telegrama enviado à mãe de Nemtsov e que foi publicado no portal do Kremlin.
Os investigadores indicaram entretanto que estão a estudar várias hipóteses sobre os possíveis motivos do assassinato, incluindo a oposição de Nemtsov às ações militares russas na Ucrânia e a sua condenação pública do ataque contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo cometido em janeiro último em Paris.
Ainda no encontro com os responsáveis do Ministério do Interior, Vladimir Putin alertou contra o aumento do «crime extremista», mas sem vincular estas ações diretamente com o assassinato de Nemtsov.
«Extremistas envenenam a sociedade com um nacionalismo militante, intolerância e agressividade», sublinhou Putin, acrescentando que o clima de agitação na Ucrânia foi uma consequência desse extremismo. «É importante reagir imediatamente face a qualquer sinal de ação extremista», concluiu o chefe de Estado russo.