O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou hoje que o Egito está a caminhar para uma guerra civil como na Síria, depois do golpe militar que derrubou o Presidente Mohamed Morsi, na quarta-feira.
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«A Síria já está imersa numa guerra civil e, por mais triste que pareça, o Egito caminha nesta direção. Gostaria que o povo egípcio pudesse evitar este destino», disse Vladimir Putin, citado pelas agências de notícias russas.
Estas são as primeiras afirmações de Putin, que hoje está em visita oficial ao Cazaquistão, sobre a crise no país árabe.
Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, conversou com o seu homólogo egípcio, Mohamed Kamel Amr.
Amr assegurou que a queda de Morsi foi «a vontade do povo egípcio».
Esta vontade «foi expressa claramente durante os últimos dias, nas ações de protesto e levada a cabo com o apoio das forças armadas do país», sublinhou Amr.
«Em breve, o novo governo provisório do Egito tem a intenção de apresentar um plano de ação claro para a renovação do processo político, no momento suspenso», concluiu.
Por seu lado, Lavrov assegurou que a Rússia defende que todos os lados renunciem «ao uso da força no marco do diálogo nacional e que tenham em conta os interesses de todos os grupos sociais e todas as confissões do país».
O exército egípcio depôs Morsi na quarta-feira e designou como chefe de Estado interino do país o presidente do Supremo Tribunal Constitucional, Adli Mansur, que deverá convocar e supervisionar as próximas eleições presidenciais.
A União Africana (UE) decidiu suspender, na sexta-feira, o Egito da organização, devido à queda de Morsi.