Diplomata que presidiu ao Conselho de Segurança da ONU, António Monteiro acredita que há espaço para a diplomacia no conflito na Ucrânia. Mas reconhece que não é possível parar Putin nesta altura e que, no Ocidente, "todos o subestimámos".
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António Monteiro considera que o Ocidente deu, durante muito tempo, o "benefício da dúvida" a Vladimir Putin. Entrevistado por Ricardo Alexandre e Rosália Amorim, no programa "Em Alta Voz", da TSF e do DN, o antigo representante de Portugal nas Nações Unidas admite que, nesta altura, será complicado travar o líder russo.
"De momento, está imparável. Tem objetivos definidos, maus, mas são os dele. E, por isso, creio que é muito difícil pará-lo, a menos que o processo negocial dê alguma abertura e seja possível atender a algumas das exigências ou pretensões que possa ter", refere.
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Sublinhando que esta é "uma guerra inútil e de alguém que não respeita os mínimos do que é a ordem internacional", António Monteiro admite que não acreditava que "um membro do Conselho de Segurança - como a Rússia é -, com direito de veto, viesse a ser ele a ameaçar com a utilização de armas nucleares e com um conflito que pode ser a destruição da humanidade."
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O também antigo ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que Putin"nos enganou", mas que "talvez também nos tenhamos enganado a nós próprios" quanto às intenções do Presidente russo. António Monteiro sustenta que, ao longo de décadas, os líderes russos, ainda que "ditadores", sempre mostraram "alguma contenção e algum filtro provocado pela estrutura do partido em que se apoiavam e que tinha voz ativa, muitas vezes até correndo com eles quando entendiam que assim deveria ser". Putin, pelo contrário, "não tem nada, não tem partido". Está "completamente isolado" e não há nada nem ninguém que o detenha.
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