A ministra dos Negócios Estrangeiros do Quénia afirmou hoje que havia «dois ou três» norte-americanos entre os autores do ataque a um centro comercial, em Nairobi, do qual resultaram 62 mortos.
Corpo do artigo
As forças especiais quenianas ainda combatem esta manhã «um ou dois» homens que se mantêm dentro do centro comercial Westgate, na capital do país, quase quatro dias depois do início do ataque lançado por uma milícia somali Al-Shebab, com ligações à Al-Qaeda.
Ontem à noite, durante o programa informativo "Newshour", da cadeia PBS, a ministra dos Negócios Estrangeiros afirmou que havia «dois ou três» norte-americanos entre os autores do ataque.
Amina Mohamed explicou que tinham entre 18 e 19 anos, eram de origem somali e árabe, sendo que um deles é proveniente do estado do Minnesota. A chefe da diplomacia queniana também confirmou o envolvimento de uma mulher britânica que, segundo as informações de que dispõe, já teria participado noutros atentados terroristas.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, assegurou que as autoridades estão a trabalhar no sentido de determinar se efetivamente algum cidadão norte-americano esteve envolvido no ataque, sem facultar, contudo, detalhes sobre a investigação.
A confirmar-se, esta não seria a primeira vez que um grupo radical recruta norte-americanos para as suas fileiras.
A milícia somali Al-Shebab, com ligações à Al-Qaeda, reivindicou a autoria do ataque, que começou a meio do dia de sábado, quando homens armados entraram no complexo, atirando granadas e disparando armas automáticas.
A Al-Shebab justificou o ataque como sendo uma retaliação pela intervenção militar queniana na Somália, onde militares do Quénia se encontram a combater os islamitas.
A polícia queniana deu conta, entretanto, da detenção de mais de dez suspeitos ligados ao ataque, que durou mais de 60 horas, do qual resultaram pelo menos 62 mortos e 180 feridos.
Segundo a Cruz Vermelha, há ainda cerca de 60 pessoas dadas como desaparecidas, por estarem incontactáveis desde o ataque.
Durante estes últimos três dias, as forças de segurança e as corporações de voluntários conseguiram retirar cerca de mil pessoas do "Westgate", um dos centros comerciais mais luxuosos da cidade e frequentado por expatriados e quenianos da classe alta.
Este foi o pior ataque terrorista em Nairobi, desde o bombardeamento da embaixada dos EUA pela Al-Qaeda, em 1998, que causou mais de 200 mortos.