
Sergey Kozlov/EPA (arquivo)
As questões territoriais continuam a ser "as mais problemáticas" e parte da culpa é da Rússia, que não aceita entrar noutros capítulos sem antes garantir a posse de territórios que estão controlados pelas suas forças militares, revelou uma fonte próxima das negociações
As questões territoriais continuam a ser as "mais problemáticas" nas discussões sobre o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, adiantou uma fonte familiarizada com as negociações à AFP.
A revelação acontece antes da reunião do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com os aliados europeus em Londres, agendada para esta segunda-feira. O encontro realiza-se após as conversações entre os EUA e a Ucrânia.
Os negociadores ucranianos realizaram uma série de reuniões com o enviado dos EUA Steve Witkoff e o genro do Presidente norte-americano, Jared Kushner, em Miami nos últimos dias, numa tentativa de rever o plano para a paz apresentado pelos EUA, que inicialmente ecoava muitas das principais exigências do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre como a guerra deveria terminar.
As questões territoriais continuam a ser "as mais problemáticas" e parte da culpa é da Rússia, que não aceita entrar noutros capítulos sem antes garantir a posse de territórios que estão controlados pelas suas forças militares.
"Putin não quer entrar em acordos sem territórios. Por isso, está à procura de quaisquer opções para garantir que a Ucrânia ceda", revelou a mesma fonte.
Os norte-americanos têm exercido igualmente pressão para acelerar a cedência dos ucranianos.
"Os americanos estão a pressionar: 'mais rápido, mais rápido, mais rápido'", sublinhou ainda, completando que a Ucrânia "não pode concordar com tudo sem trabalhar os detalhes".
Em Londres, Zelensky deverá reunir-se com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o Chanceler alemão, Friedrich Merz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir as negociações.
Os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da NATO e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vão também encontrar-se esta segunda-feira na residência oficial de Mark Rutte em Bruxelas.
Antes de regressar ao cargo de Presidente dos EUA, Donald Trump garantiu que resolveria a guerra na Ucrânia "em 24 horas", mas após meses de esforços diplomáticos admitiu que chegar a um acordo é mais complicado do que esperava.
Na semana passada, Zelensky disse que a questão territorial era a "mais difícil", tendo consistentemente descartado quaisquer concessões, argumentando que elas equivalentes à capitulação de Kiev.
A Rússia quer que a Ucrânia recue de cerca de um quinto da região oriental de Donetsk, que Moscovo ainda não anexou, mas onde as suas tropas estão a avançar ao ritmo mais rápido.
O leste da Ucrânia tem sido devastado desde que a Rússia invadiu em fevereiro de 2022, com dezenas de milhares de pessoas mortas e milhões forçadas a fugir das suas casas.
