O primeiro-ministro espanhol está hoje no Parlamento, em Madrid, para responder às perguntas dos deputados acerca do caso Bárcenas, sobre o financiamento ilegal do PP espanhol.
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O presidente do Governo espanhol disse que está disposto a responder a todas as perguntas e assumiu esta manhã que o único erro que cometeu foi o de ter confiando em quem não devia, ou seja, no antigo tesoureiro do Partido Popular (PP) espanhol, José Luis Bárcenas.
«Cometi um erro ao manter a confiança em alguém que nós sabíamos que não a merecia», afirmou. Mariano Rajoy admitiu ainda os pagamentos extra, mas afirmou que sempre os declarou.
O primeiro-ministro garantiu que estava no parlamento para «travar a erosão da imagem de Espanha que alguns cultivam» e desmentir «manipulações e insinuações maliciosas».
Na sua intervenção, Rajoy considerou impossível satisfazer com as suas explicações quem já formou uma opinião previamente e que, diga o que disser, vai continuar a exigir a sua demissão.
Garantiu ainda que não tem medo da ameaça de moção de censura feita pelos socialistas. Uma iniciativa que considera irrefletida pelo efeito negativo que pode ter na imagem de Espanha no exterior. Rajoy acusou os socialistas de falta de compromisso com a verdade, acrescentando que não lhes interessa nada que «não coincida com esse dogma pessoal que pré-fabricaram».
Rajoy aproveitou para sublinhar que Espanha está a recuperar e pode em preve abandonar a recessão. Exemplos disso, diz, são os bons indicadores no turismo e das exportações para mercados como o norte-americano.
Na resposta, o líder socialista disse não acreditar em Mariano Rajoy. Alfredo Perez Rubalcaba acusou o primeiro-ministro de ter mentido aos espanhóis e voltou a exigir a sua demissão.
Rubalcaba afirmou ainda que Rajoy demorou demasiado tempo a ir ao Parlamento e que essa demora agravou a crise do país.
A presença do primeiro-ministro no Parlamento espanhol deve-se ao caso que começou a ser revelado em 2009 na sequência das investigações da "Trama Gürte", sobre o suposto financiamento ilegal do PP da Província de Valencia, e envolve o ex-tesoureiro do partido, Luis Bárcenas que se encontra em prisão preventiva e que afirmou no dia 15 de julho perante um juiz, que efetuou pagamentos de verbas aos dirigentes do partido, incluindo Mariano Rajoy, no valor de 25 mil euros anuais.