Os rebeldes do Sudão do Sul criticaram hoje a missão das Nações Unidas no país, por esta estar a proteger as instalações petrolíferas, denunciando que o Governo usa o petróleo «para financiar a guerra».
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«Achamos que não cabe à missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) proteger as instalações de petróleo, se o Governo não é capaz de o fazer», disse hoje o porta-voz dos rebeldes, Lul Ruai Koang, através de um comunicado.
Defendeu, por isso, que a ONU «está a tomar partido por uma das fações do conflito e inevitavelmente a transformar-se numa parte do problema em vez de ser a solução».
Na opinião dos rebeldes, o Governo do Sudão do Sul está a usar as receitas do petróleo para pagar a «mercenários do Uganda e a combatentes que lutam ao lado das tropas governamentais».
Os rebeldes alertaram que o petróleo, graças à proteção da ONU, está a ser utlizado para financiar a guerra que começou em meados do passado mês de dezembro.
«Ao proteger as instalações petrolíferas, a UNMISS está a assegurar um contínuo fluxo de receitas com as quais o governo continua a pagar a mercenários», lê-se no comunicado.
A UNMISS prolongou a sua missão no Sudão do Sul, onde está encarregada de proteger os civis, investigar questões relativas a direitos humanos, criar condições para a assistência humanitária e apoiar os acordos de cessar-fogo, entre outros.
Apesar dos rebeldes concordarem com a permanência da ONU no país, deixaram já o aviso de que com a proteção às instalações petrolíferas, o conflito corre o risco de prolongar-se.