Rebelião não era para "derrubar o poder". Prigozhin destaca falhas de segurança na Rússia
O líder do Grupo Wagner diz que a rebelião evidenciou falhas de segurança "muito sérias" na Rússia e garantiu que ninguém assinou qualquer contrato com o Kremlin.
Corpo do artigo
O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, quebrou esta segunda-feira o silêncio após a rebelião contra Moscovo para dizer que ninguém da empresa paramilitar assinou qualquer contrato com o Kremlin.
Num áudio de 11 minutos publicado na rede social Telegram, Prigozhin assegura que "ninguém do Grupo Wagner aceitou assinar qualquer contrato" com o Kremlin e que a retirada teve o único objetivo de evitar o "derrame de sangue dos soldados russos". "Fomos demonstrar o nosso protesto e não derrubar o poder no país", disse Prigozhin, na primeira mensagem desde o recuo do grupo na rebelião em direção a Moscovo.
TSF\audio\2023\06\noticias\26\margarida_serra_18h
Segundo Prigozhin, o Grupo Wagner "estava ameaçado de desmantelamento pelas autoridades" russas.
O líder do grupo de mercenários garantiu ainda que o motim visava salvar o Grupo Wagner e nunca teve como foco o derrube do Governo russo, liderado por Vladimir Putin.
Além disso, Prigozhin alertou para as "falhas de segurança muito sérias" na Rússia evidenciadas pela rebelião do grupo que lidera, tendo "bloqueado todas as infraestruturas militares" quando pararam a 200 quilómetros de Moscovo, e afirma que tiveram o apoio popular nas cidades por onde passaram.
"Nas cidades russas, os civis encontravam-se connosco com bandeiras russas e com os símbolos de Wagner", disse Prigozhin, descrevendo: "Estavam todos contentes quando passámos por eles."
O líder mercenário disse ainda que o Presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, ofereceu ajuda para o Grupo Wagner continuar a operar.
"Lukashenko estendeu a mão e ofereceu-se para encontrar soluções para a continuação do trabalho da empresa militar privada Wagner numa jurisdição legal", disse Yevgeny Prigozhin.
Na mensagem áudio, o líder do Grupo Wagner não revelou a sua localização.
Notícia atualizada às 17h09