O regime sírio acusou hoje os rebeldes de terem utilizado armas químicas num ataque na província de Alepo que fez 15 mortos, maioritariamente civis, indicou a agência oficial Sana.
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«Os terroristas lançaram um míssil contendo produtos químicos na região de Khan al-Assal, na província de Alepo, matando 15 pessoas, na maioria civis», noticiou a Sana.
Esta é a primeira vez que o regime do presidente Bashar al-Assad faz uma acusação destas contra «os terroristas», termo que, no vocabulário oficial, designa os rebeldes que lutam contra o poder do regime.
A comunidade internacional tem avisado Damasco contra a utilização das suas armas químicas e teme-se que essas armas caiam nas mãos dos rebeldes, tendo Israel e os EUA manifestado preocupação com o destino das armas químicas caso o regime perca o controlo sobre elas.
Estima-se que o arsenal químico da Síria, que data dos anos 1970, seja o maior do Médio Oriente, mas não se sabe ao certo a sua dimensão e o regime nunca assumiu detê-lo, dizem analistas.
Segundo especialistas, o país tem centenas de toneladas de agentes químicos diversos, incluindo gás sarin, agentes neurotóxicos e outros agentes vesicatórios como gás mostarda espalhados em dezenas de fábricas e armazéns.
Os peritos não sabem no entanto se as armas químicas estão montadas e prontas a usar em mísseis, se estão armazenadas convenientemente e se o regime tem capacidade de reabastecer-se de agentes químicos.
Damasco já avisou que usaria armas químicas se fosse atacado por forças externas, mas não contra o seu próprio povo.
O conflito entre o regime do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes da oposição, que se prolonga há dois anos, já fez 70 mil mortos, segundo as estimativas das Nações Unidas.