O Rei Mohammed VI de Marrocos apelou para que sejam realizadas «rapidamente» eleições para o novo parlamento e admitiu a reabertura das fronteiras terrestres com a Argélia.
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«É importante dar início à eleição da nova Câmara de Representantes para que um futuro primeiro-ministro possa ser nomeado pelo partido que vença as eleições», defendeu Mohammed VI sexta-feira, durante o discurso do trono, citado pela agência AFP.
O monarca marroquino, que não estabeleceu uma data para a realização do acto eleitoral, alertou que «qualquer risco de adiamento pode hipotecar a dinâmica de confiança» que se vive no país e «pode ser o desperdício de uma oportunidade que se tem para fazer uma nova reforma».
No início deste mês, 98 por cento dos marroquinos votaram favoravelmente num referendo sobre a nova Constituição do país, que prevê o reforço dos poderes do primeiro-ministro, mas que preserva os do Rei.
«Os partidos políticos são chamados agora a intensificar os esforços para que com a sua acção política sejam capazes de promover a reconciliação dos cidadãos, especialmente dos mais jovens», lembrou o monarca.
No plano diplomático, o soberano manifestou o seu apoio à reabertura das fronteiras terrestres com a Argélia e ao estabelecimento de «uma nova dinâmica» no relacionamento entre os dois vizinhos do Magrebe.
«Queremos que haja uma abertura para poder resolver todas os problemas pendentes e se possa introduzir uma normalização nas relações bilaterais», apontou Mohammed Vi, exemplificando a questão da reabertura das fronteiras terrestres.
A fronteira terrestre entre Marrocos e a Argélia foi fechada em 1994 após um ataque islamista em Marraquexe, que o Governo marroquino atribuiu aos serviços secretos argelinos.