Reportagem TSF em Israel. Entre tiroteios e atrocidades, Habslam conta como sobreviveu no dia do ataque do Hamas
No kibutz de Be'eri, em Israel, no espaço de horas foram mortos 130 dos 300 moradores.
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Em conversa com Habslam regressamos ao dia 7 de outubro, dia do ataque do Hamas ao festival de música que acontecia do lado israelita. Há localidades de 490 habitantes em Israel onde morreram centenas de pessoas.
No kibutz de Be'eri, no espaço de horas, foram mortos 130 dos 300 moradores. Habslam conta à TSF que ainda não consegue perceber como sobreviveu. Fala em dois anjos que apareceram, dois guardas israelitas que o salvaram no último momento, quando já só tinha uma bala.
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Hoje levanta a bala bem alto, para todos verem, e conta que foram muitas horas de tiroteio e atrocidades. As pessoas tentaram esconder-se nos bunkers, mas muitos não conseguiram e foram mortos em casa ou muito perto.
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"Eles bateram às portas e convenceram as pessoas a sair. Aqueles que não o fizeram ficaram com as casas queimadas, cheias de fumo, e quando finalmente abriram as portas porque não conseguiam respirar decidiram quem vivia e quem morria", recordou.
Habslam tem sotaque norte-americano, mas é aqui que tem combatido toda a vida.
"Têm de existir mudanças na Faixa de Gaza, eles têm de entender isso ou não vão conseguir estar aqui", defende Habslam.
Nesta comunidade agrícola, quase colada à Faixa de Gaza, o plano é reconstruir o que é metal e betão, mas reconhecem que será mais difícil convencer as pessoas a voltar. Nada pode mesmo ser como antes.
"Estive na guerra de 1973, eram exércitos contra exércitos, soldados contra soldados. Não eram terroristas contra civis, não tivemos hipótese", afirmou.
Para muitos judeus que vivem à volta desta enorme gaiola que é Gaza a proximidade sempre foi difícil. Agora parece impossível.