País conquistou 157 votos de um total de 180 possíveis.
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A República Checa foi esta terça-feira eleita pela Assembleia-Geral da ONU, com uma maioria de 157 votos, como sucessora da Rússia no Conselho de Direitos Humanos, com um mandato válido até dezembro de 2023.
Única candidata ao lugar, a República Checa precisava de uma maioria de 97 votos para ser eleita, mas superou esse número em 60 votos, num total de 180 possíveis. Foram ainda registadas 23 abstenções.
O assento foi abandonado a 7 de abril pela Rússia, após a sua suspensão do Conselho de Direitos Humanos pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), por iniciativa dos Estados Unidos e devido à invasão russa da Ucrânia. O mandato da Rússia neste órgão expirava em 2023.
Com sede em Genebra, o Conselho de Direitos Humanos, composto por 47 membros, é o principal fórum das Nações Unidas para esta área.
Além de promover os direitos humanos, a sua missão é rever regularmente a situação humanitária nos países membros da ONU. Também pode abordar qualquer questão urgente durante reuniões excecionais, como foi o caso da Ucrânia, apesar da oposição de Moscovo.
Desde a invasão iniciada em 24 de fevereiro, a Rússia já foi excluída de várias estruturas internacionais, incluindo no sistema da ONU, reduzindo a sua capacidade de influenciar o cenário internacional.
Além do Conselho de Direitos Humanos, Moscovo foi suspensa da Organização Mundial do Turismo (OMT, 159 Estados-membros, com sede em Madrid), com a estrutura internacional a argumentar que a ofensiva militar russa em curso na Ucrânia é contrária aos "valores" da organização.
Recentemente, a Rússia não conseguiu ser eleita para os conselhos de administração do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da agência da ONU Mulheres, devido a candidaturas rivais de última hora, disseram diplomatas à AFP.
Nas mesmas eleições, Moscovo também perdeu ao tentar obter lugares no Comité da ONU responsável pelas Organizações Não-Governamentais (lugar estratégico para o reconhecimento das mesmas) e no Fórum Permanente sobre Questões Indígenas. Neste caso, a Ucrânia ganhou o assento originalmente destinado à Rússia.