Caso ganhe as presidenciais norte-americanas, o candidato republicano Mitt Romney vai ordenar ao Departamento de Defesa para recuar na decisão de reduzir a presença na Base das Lajes.
Corpo do artigo
Em declarações à agência Lusa, Adolfo Franco, um dos porta-vozes da campanha do adversário de Barack Obama, que será oficialmente nomeado candidato presidencial republicano na próxima semana, afirma que a redução na Base das Lajes, que vem sendo negociada entre os dois países, «seria algo a que o governador Romney se oporia especificamente».
«Seria um grande revés para as nossas relações bilaterais com Portugal, um grande erro», adiantou Franco, porta-voz da campanha do ex-governador do Massachusetts.
No final de fevereiro, o secretário da Defesa norte-americano, Leon Panetta, informou o ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco, da intenção dos Estados Unidos de reduzirem a presença na Base das Lajes.
No encontro no Pentágono não foram discutidos números de redução de efetivos, mas apenas o início de um processo de negociações entre equipas norte-americanas e portuguesas, sobre a «modalidade» da reestruturação, segundo afirmou então o governante.
O futuro das Lajes, na ilha Terceira, tem causado apreensão nos Açores, onde pode ter a vir um impacto na economia local.
Por trás da decisão norte-americana está a necessidade de cortes orçamentais projetados na Defesa, que Romney promete travar.
«Os cortes na Defesa seriam uma ameaça de segurança muito séria para os Estados Unidos», afirma Franco.
Caso, após as eleições, os dois partidos não cheguem a «um grande compromisso» sobre a redução orçamental para os próximos anos, entram em vigor no final do ano cortes automáticos em vários setores, incluindo na Defesa, que Franco afirma poderem ter sérias implicações para a segurança e mesmo para a economia do país.
Com a economia norte-americana a demonstrar falta de dinamismo crescente e o desemprego a manter-se em máximos históricos, a campanha de Romney tem-se esforçado para trazer para o centro da discussão a «falta de resultados» da administração Obama neste campo.