O chefe da oposição socialista espanhola, Alfredo Pérez Rubalcaba, exigiu hoje a demissão de Mariano Rajoy, depois do escândalo de corrupção que envolve o nome do chefe de Governo e o PP.
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Em declarações aos jornalistas, Rubalcaba afirmou que o primeiro-ministro «deve abandonar a presidência do Governo» porque «não pode enfrentar a situação muito grave que a Espanha atravessa». No enatnto, o líder do PSOE não exigiu expressamente a realização de eleições antecipadas.
«O senhor Rajoy acredita que, nas circunstâncias atuais, tem legitimidade para pedir sacrificios aos espanhóis? O senhor Rajoy interroga-se se a sua presença à frente do Governo é melhor para a imagem exterior de Espanha? A nossa obrigação, a nossa lealdade para com os espanhóis, é dizer neste momento que acreditamos que não. Por isso, lhe pedimos que abandone a presidência do Governo e dê lugar a outro que seja capaz de restabelecer a força, a credibilidade e a estabilidade de que necessita o nosso país», declarou Rubalcaba.
Esta exigência do líder do PSOE surge depois do jornal El País ter revelado na sexta-feira documentos identificados como «os papéis secretos de (Luis) Bárcenas», o ex-tesoureiro do PP, que, alegadamente, demonstram pagamentos regulares aos principais dirigentes do partido entre 1990 e 2009.
Os documentos obtidos pelo jornal incluem também referências manuscritas a doações ao partido de alguns dos principais empresários espanhóis, nomeadamente do setor da construção.
Nesses documentos estão referidos os nomes de Mariano Rajoy, da secretária-geral do PP, María Dolores de Cospedal, entre outros elementos importantes do Partido Popular.
Ontem, Mariano Rajoy defendeu-se das acusações e garantiu que não tem nada a esconder e que nunca, nem no PP nem fora do partido, recebeu dinheiro ilegal.