Serviços de segurança russos falam de "um grande número de explosivos de diferentes tipos" e adiantam que entre os feridos há uma criança.
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A Rússia denunciou esta quinta-feira que um grupo de combatentes ucranianos entrou no país pelo sul do território e disparou contra civis, uma acusação que a Ucrânia rejeita e encara como uma "provocação deliberada".
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinalou que o exército russo "protegeu a Rússia e o seu povo dos neonazis e terroristas (...) que cometeram um novo ataque terrorista, infiltrando-se no nosso território fronteiriço e abrindo fogo contra civis", afirmou num discurso exibido na televisão.
O Serviço Federal de Segurança (FSB) e as autoridades locais de Briansk anunciaram, esta quinta-feira, operações para "eliminar" um grupo de "sabotadores" ucranianos infiltrados na região, que fica 400 quilómetros sudoeste de Moscovo.
"A situação nas localidades do distrito de Klimovski, na região de Briansk, está sob controlo das forças de segurança. Foi encontrado um grande número de explosivos de diferentes tipos", afirmou o FSB posteriormente, segundo agências de notícias russas.
O FSB confirmou o balanço de um civil morto e uma criança ferida que tinha sido divulgado mais cedo pelo governador regional, Alexander Bogomaz, quando disse que "um grupo de reconhecimento e de sabotagem entrou na localidade de Lyubechane pela Ucrânia".
"As Forças Armadas da Federação Russa estão a tomar todas as medidas necessárias para eliminar este grupo", acrescentou. De acordo com o governador, "os sabotadores abriram fogo contra um veículo em movimento".
O grupo ucraniano terá feito reféns, segundo as agências de notícias russas Ria Novosti, TASS e Interfax, que citaram testemunhas e fontes das forças de segurança. A AFP não conseguiu verificar estas informações com fontes independentes.
Em dois vídeos publicados nas redes sociais, quatro homens de uniforme - que afirmam serem membros de um grupo de "voluntários russos" do Exército ucraniano - reivindicam terem-se infiltrado em Briansk. Nas gravações, cuja autenticidade a AFP também não conseguiu verificar, os homens negam terem feito reféns ou matado civis, e criticam Moscovo.
Ao mesmo tempo, o conselheiro de Segurança da presidência da Ucrânia, Mikhailo Podoliak, classificou as afirmações como uma "provocação deliberada" da Rússia para "assustar a sua população e justificar" a ofensiva no território vizinho.
Podoliak disse que o incidente pode estar relacionado com uma ação de "milicianos" russos, que operam com métodos de guerrilha. As regiões russas de fronteira com a Ucrânia foram alvo de vários bombardeios desde o início do conflito, mas é incomum que as autoridades apresentem relatos sobre um grupo de sabotadores.