"Perante a evolução da situação, medidas adicionais foram tomadas para melhorar as defesas de contra-ataques aéreos e marítimos", assegura Shoigu, acrescentando que a contraofensiva ucraniana está a ser mal sucedida.
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O ministro da Defesa da Rússia disse esta segunda-feira que a intensidade dos ataques às "instalações militares ucranianas" aumentou, em resposta a ataques contra território russo, após mísseis russos destruírem instalações civis na terra natal do Presidente ucraniano.
"A intensidade dos ataques às instalações militares ucranianas, incluindo aquelas que apoiam esses atos terroristas, aumentou dramaticamente", explicou o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, comentando os recentes ataques de drones na península anexada da Crimeia e em vários locais da Rússia, incluindo Moscovo, realizado no domingo.
"Perante a evolução da situação, medidas adicionais foram tomadas para melhorar as defesas de contra-ataques aéreos e marítimos", assegurou Shoigu, acrescentando que a contraofensiva ucraniana está a ser mal sucedida e que as armas ocidentais fornecidas a Kiev não estão a produzir efeito, "apenas estão a prolongar o conflito".
Shoigu alegou que Kiev se concentrou em "ataques terroristas contra infraestruturas civis de cidades da Federação Russa", explicando que o Exército russo intensificou os seus ataques contra instalações militares das forças ucranianas.
O motivo seria, segundo o ministro, a contraofensiva ucraniana "fracassada" iniciada a 4 de junho, apesar de ter "o apoio de patrocinadores ocidentais".
Também o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu esta segunda-feira que a contraofensiva ucraniana "não está a ter sucesso", ficando muito aquém do desejado por Kiev.
"O regime de Kiev não está a ter sucesso. Além disso, está numa situação muito difícil. A operação militar especial continua", assegurou Peskov.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e altos oficiais militares ucranianos reconheceram nos últimos dias que a contraofensiva está a avançar mais lentamente do que o esperado, devido às medidas defensivas adotadas pela Rússia nos territórios que tem vindo a conquistar ao longo do conflito.
Contudo, Peskov atribui esta situação à falta de eficácia das armas fornecidas pelos países ocidentais, dizendo que estão a ser "usadas com pouca habilidade" pelas forças ucranianas.
Um ataque russo contra um edifício de apartamentos na cidade de Kryvyi Rig, no centro da Ucrânia, fez esta segunda-feira cinco mortos, segundo o mais recente balanço das autoridades ucranianas.
O ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, declarou ainda que 43 pessoas ficaram feridas no ataque.
"Os russos atingiram a cidade com dois mísseis", um dos quais destruiu vários andares de um "edifício residencial", afirmou Klymenko na rede social Telegram.
Em junho, Kryvyi Rig, a cidade natal de Zelensky, já tinha sido alvo de um ataque russo que matou pelo menos 12 pessoas. O ataque atingiu um bloco de apartamentos de quatro andares e um armazém.
Também as autoridades pró-russas de Donetsk, no leste da Ucrânia, denunciaram esta segunda-feira um ataque ucraniano contra o centro da cidade que provocou dois mortos e seis feridos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.