Veículos KA-52M estão a ser alvo de modificações, incluindo a integração de mísseis antitanque LMUR, com alcance de 15 quilómetros.
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A Rússia está a usar no Sul da Ucrânia variantes do helicóptero de combate Ka-52 introduzidas na sequência da experiência das forças armadas russas na Síria, disseram esta quinta-feira os serviços secretos britânicos.
A Rússia participa na guerra civil síria desde 2015, do lado do Presidente Bashar al-Assad, incluindo com efetivos do Grupo Wagner, que se têm destacado na Ucrânia desde a invasão de 24 de fevereiro de 2022.
A atuação russa na Síria ficou marcada por bombardeamentos intensivos que mereceram críticas do Ocidente.
"Nos últimos meses, a Rússia provavelmente aumentou a força no Sul com pelo menos um pequeno número de variantes do novo Ka-52M, uma máquina que foi fortemente modificada através das lições da experiência russa na Síria", disseram os serviços secretos britânicos.
Os peritos de Londres consideraram que os Ka-52M são "um dos sistemas de armas mais influentes" que a Rússia tem para enfrentar a contraofensiva ucraniana na região de Zaporijia.
Embora Moscovo tenha perdido cerca de 40 aparelhos KA-52M desde o início da invasão, estes helicópteros "causaram um custo elevado para a Ucrânia", afirmaram, citados pela agência espanhola Europa Press.
Segundo os serviços britânicos, "uma melhoria chave" na frota destes helicópteros "é a integração de um novo míssil antitanque, o LMUR, que tem um alcance de cerca de 15 quilómetros".
"As tripulações do Ka-52 exploraram rapidamente as oportunidades de lançar estas armas para além do alcance dos sistemas de defesa aérea da Ucrânia", referiram num comunicado publicado pelo Ministério da Defesa britânico na rede social Twitter.
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"As provas que sustentam a utilização da variante M [do helicóptero] na Ucrânia incluem fotografias nas redes sociais de tripulantes a posar ao lado da nova aeronave", acrescentaram.
A Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho, depois de ter recebido novo armamento dos aliados ocidentais, incluindo tanques alemães Leopard.
Kiev tem admitido avanços lentos e continua a pedir o envio de caças F-16 norte-americanos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reuniu hoje os conselhos de segurança e de defesa na cidade de Dnipro (sudeste) para ser informado sobre a evolução da contraofensiva.
"Início do dia de trabalho em Dnipro. Conselho na área de responsabilidade do Grupo Estratégico-Operacional Militar de Tavria", anunciou na rede social Telegram.
Zelensky referia-se à subdivisão territorial do exército para o sudeste da Ucrânia, onde se situam duas das três zonas da linha da frente da contraofensiva, segundo a agência espanhola EFE.
O ponto de situação sobre a contraofensiva será feito pelo comandante-chefe do exército e pelos comandantes com responsabilidade direta pela campanha.
Dnipro fica a cerca de 150 quilómetros de Orykhiv, a zona da frente Sul onde a Ucrânia terá lançado a primeira grande operação da contraofensiva nas últimas horas, de acordo com várias fontes independentes que acompanham o desenrolar da guerra.
Entre as questões a discutir no conselho extraordinário realizado fora de Kiev, Zelensky disse que estavam "a situação na frente" e o curso das "ações ofensivas e defensivas", sobre as quais será informado pelos comandantes militares relevantes.
Também discutirá com os líderes militares, estratégicos e de segurança o fornecimento de munições e os esforços para melhorar e alargar as defesas antiaéreas da Ucrânia face à escalada de ataques russos a infraestruturas portuárias no Sul do país.