O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, comprometeu-se hoje a acelerar as reformas exigidas pelos credores internacionais e dar prioridade às privatizações, numa carta dirigida aos homólogos reunidos na cimeira de Bruxelas.
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«Vou acelerar a aplicação do programa, colocando um acento na agenda das privatizações», prometeu Samaras numa carta entregue pelo presidente grego, Carolos Papoulias, que o substitui no Conselho Europeu que decorre hoje e sexta-feira em Bruxelas. Samaras continua a recuperar de uma operação a um descolamento da retina, efetuada no sábado.
Na missiva, divulgada pela agência noticiosa francesa AFP, o primeiro-ministro conservador grego sugeriu em contrapartida «uma série de alterações» ao programa «para controlar o desemprego sem precedentes na Grécia e travar a devastadora recessão que o país atravessa há cinco anos consecutivo».
«Estas modificações são igualmente necessárias para atingir os objetivos do programa», considerou Samaras.
O Fundo de análise do património privado do Estado, uma agência constituída a pedido dos credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) tem a missão de acompanhar um programa de vendas de ativos públicos avaliados em 19,5 mil milhões de euros até finais de 2015, no âmbito das medidas para diminuir a dívida do país.
O programa está atrasado e até ao momento o programa apenas garantiu três mil milhões, de acordo com os dados provenientes de Bruxelas.
Uma missão da troika internacional desloca-se à Grécia na próxima semana, entre 3 e 12 de julho, para fazer o balanço do programa de reformas imposto à Grécia.
Samaras não adiantou mais pormenores sobre o pedido de «modificações do programa», sublinhou a AFP. Mas o novo governo de coligação já solicitou um prolongamento, até 2016, dos objetivos de saneamento das finanças públicas, além do abandono de diversas medidas do memorando de entendimento, em particular o despedimento de 150.000 funcionários públicos até 2015.